Escola de Artes exibe mostra 2018 do curso livre de teatro

12/11/2018 16:34:00 - Jornalista: Marilene Carvalho

Foto: Raphael Bózeo - Arquivo Secom

Teatro infantil, turma adolescente e de adulto têm apresentações distintas nesta terça-feira

A Escola Municipal de Artes Maria José Guedes (Emart) está com tudo pronto para a mostra de resultados do ano letivo de 2018 do curso livre de teatro, a ser exibida nesta terça-feira (13) no Teatro Municipal de Macaé, em vários horários. Os alunos do teatro infantil serão os primeiros a se apresentar. Eles atuarão nas peças “As Belas”, “Zana, Zila e Zuna, as urubus fêmeas vegetarianas”, “A Floresta Feliz” e “O Conto do Porco-Espinho e da Borboleta-Fada”, de 13h30 às 16h30. As cortinas voltam a se abrir no fim da tarde para a turma de adolescentes apresentar “Cenas Curtas”, “O conto de Natal”, “Uma aventura de Natal” e “Auto da Compadecida”, das 16h30 às 19h30. Fechando a mostra neste dia, a turma de Teatro adulto entrará em cena com a peça “Mulheres - Medo de ser”, às 20h. A entrada será gratuita e destinada especialmente aos familiares dos alunos.

A preparação para a grande mostra de fim de ano se inicia com a escolha do texto até chegar à concretização da experiência cênica. “Trabalhamos muito a improvisação e vários conceitos que formam a ampla linguagem teatral. Na fase do ensaio, os alunos são estimulados a refletir e usufruir do aprendizado. É quando as crianças começam a perceber o quanto o teatro é uma arte coletiva”, observa Miliane Dodnarasec, professora do teatro infantil e adolescente, fazendo um convite aos familiares a irem aplaudir o desempenho dos alunos.

O resumo da programação dá dicas de conteúdo do que o público pode contemplar na mostra. “As Belas” é uma adaptação do texto de "Anabela procura e acha mais do que procura", de Flávia Savary. A história é sobre meninas que decifram charadas para desvendar o mistério que cerca o sumiço de suas bonecas. Elas viajam para alguns lugares e se relacionam com pessoas até descobrir o que houve com elas. Uma história representada por parte da turma e conduzida por cinco divertidos narradores.

A peça “Zana, Zila e Zuna – As urubus fêmeas vegetarianas”, de Ivana Andrés, induz desde o título que alguma coisa está fora da ordem. É um trabalho no qual as crianças experimentam o que é ser diferente, e também que, independente de poder aquisitivo, elas podem sonhar com um mundo pleno de amor e respeito.

A história chama a atenção de que o diálogo com as crianças precisa ser realmente levado a sério: “Se os pais e a sociedade são responsáveis pela educação das crianças, isto implica que o diálogo faça parte do processo”.

A professora destaca que não se pode ignorar que crianças são muito espertas e questionadoras. "Longe dos olhos dos adultos elas questionam tudo que é imposto como normal e natural”, explica a professora.

Teatro Adolescente - No curso livre de teatro para adolescentes, os alunos atrizes/atores apresentarão cenas curtas, em que eles próprios se responsabilizam por todo o desenho e proposta de cada cena. No decorrer dos ensaios, essas propostas foram discutidas com a professora Miliane, o que proporcionou a reflexão mais detalhada sobre o aprendizado da linguagem teatral que receberam em sala de aula

Teatro para Adultos - "Mulheres - Medo do Ser" – A professora de teatro adulto, Cassia Gomes, conta que nos dias de ensaio da peça era sempre abordado um ponto que as alunas queriam compreender acerca da sociedade em relação às mulheres. A partir de memórias próprias e outras referências, as alunas dialogaram sobre experiências de vida de mulheres que tiveram destaque por seus enfrentamentos perante a sociedade como Malala, Carolina de Jesus, Cora Coralina, Elza Soares, Maria da Penha, Adélia Prado, Jarid Arraes, Simone de Beauvoir, entre mais pesquisadas.

"Sabemos que o tema é demasiadamente complexo e que um trabalho nunca conseguirá dar conta de um problema com essa dimensão, mas refletimos e buscamos soluções para que o medo de ser mulher não seja aceito por nós. Queremos no dia da apresentação contribuir com essa discussão, na busca do porquê em pleno século XXI, mulheres ainda tenham que responder a tamanha opressão. Somente com a verdadeira inclusão de todos os grupos da sociedade poderemos gozar de civilidade e maiores possibilidade de amor", comenta Cassia Gomes.