Angolanos chegam para fazer negócios em Macaé

30/09/2005 14:18:47 - Jornalista: Sérgio Lopes

Liderados pelo vice-governador da província de Cabinda (Angola), Antônio Goma, cinco membros do executivo de Angola chegam, nesta sexta-feira (30), ao Rio de Janeiro, e reúnem-se com o coordenador de Comércio Exterior de Macaé, Adolpho Moura, no Hotel Ouro Verde, em Copacabana. No encontro, será discutida a agenda que a comitiva vai cumprir em Macaé, na segunda e terça-feira (03 e 04). Integra a comitiva a vice-ministra do Urbanismo e Ambiente, Carla Maria Leitão Ribeiro Costa e os prefeitos da capital Cabinda, André Mingas e da Província de Catoldo, Macaia Tati.

Em Macaé, o objetivo da comitiva, segundo Moura, é firmar parcerias técnicas na área de petróleo e gás. Há também um grande interesse dos angolanos em conhecer como se desenvolvem as relações entre o governo macaense com a Petrobras, as empresas que lhes dão suporte e a comunidade.

A comitiva angolana será recebida pelo prefeito Riverton Mussi, às 10h, de segunda-feira, em seu gabinete. Às 12h, haverá um intervalo para o almoço. Na parte da tarde, às 15h, a comitiva se reúne com o gerente-geral da Petrobras,Carlos Eugênio Melro Silva da Resurreição , na sede da empresa. A partir das 19h, as autoridades angolanas serão recepcionadas pelos empresários macaenses, no Comfort Hotel, onde está prevista uma entrevista à imprensa.

As afinidades entre Cabinda e Macaé começam com a exploração de petróleo, que, em ambas as regiões, é feita especialmente em águas profundas. As parcerias devem ocorrer, entre outros aspectos, através do treinamento de operários angolanos em Macaé.

- Os angolanos costumam ser treinados na Inglaterra ou nos Estados Unidos, o que dificulta a vida deles, devido à barreira lingüística. Isto significa que, além do know-how necessário, Macaé oferece a vantagem de falar o mesmo idioma – explica Moura.

A vinda do grupo ao Estado do Rio foi confirmada após a visita que uma delegação macaense fez a diversas cidades angolanas, no início de setembro. Formado por dez empresários, além do coordenador de Comércio Exterior de Macaé, o grupo reuniu-se com autoridades e empresários angolanos e brasileiros instalados na região e propôs à capital Luanda a assinatura de um protocolo de intenções, que as tornaria “cidades irmãs”, isto é, municípios que colaborariam mutuamente no cenário internacional.

Com o maior porto de Angola, Cabinda é a região onde estão situadas as maiores reservas petrolíferas do país africano. Reerguendo-se, desde 2002, após 30 anos de guerra civil, Angola é o segundo maior produtor de petróleo na região subsaariana, depois da Nigéria. O óleo representa cerca de 90% dos rendimentos externos do país e constitui cerca de 50% de seu PIB. Angola já exporta petróleo para os Estados Unidos, China e França.