Educação inclusiva é realidade em Macaé

29/05/2018 15:23:00 - Jornalista: Joice Trindade

Foto: Márcio Borges

Colégio Municipal Ancyra Pimentel é polo de atendimento

O trabalho especializado da Educação Inclusiva, da rede municipal, está ajudando a transformar a vida dos estudantes. Alunos com múltiplas deficiências são beneficiados pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE). Eles frequentam 51 salas de recursos e as turmas regulares. O acolhimento especializado é, preferencialmente, realizado na própria escola em que o aluno estuda, no período inverso ao da sala de aula comum que ele frequenta. Existe ainda a possibilidade desse atendimento acontecer em uma outra escola próxima que é considerada polo, sempre no contraturno da escola comum.

Polo de atendimento aos estudantes do 6º ao 9º ano, que apresentam deficiência auditiva-surdez, o Colégio Municipal Ancyra Gonçalves Pimental atende alunos na sala de recursos específica. No espaço da unidade que funciona no Miramar, 14 alunos surdos participam de atividades pedagógicas de apoio às disciplinas repassadas nas salas de aula, além de jogos, exibição de vídeos com destaque para percepção, português e matemática. Maria Eduarda da Silva, de 14 anos é uma delas. A aluna do 9º ano, que apresenta surdez, faz questão de frequentar as aulas.

"Gosto muito do colégio. Aqui me sinto à vontade. Este ano estou estudando muito, pois quero ser aprovada na prova do Instituto Federal Fluminense (IFF) ou no Colégio de Aplicação (CAp)", explicou a aluna utilizando o uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Da mesma opinião são os alunos Carlos Victor Almeida dos Reis, de 18 anos e Rafael Maia Macedo, 16 anos. Emocionados, os alunos do 9º ano admitem que a escola ajuda para a vida. "Aprendemos muitas coisas aqui. E ainda temos colegas na escola que fazem questão de aprender Libras para estar junto com a gente. Isso é muito legal", disse Rafael, que faz uso de um implante auditivo.

A professora de Libras, Verônica Rodrigues Santos, observa que o trabalho na sala de recursos contribui junto ao aluno para preparação para o mundo. "No AEE a gente aborda várias questões, desde as matérias da escola, até situações do dia a dia, de como lidar com o colegas, tratar de certas situações em sala de aula, como pressões e conflitos. Também orientamos sobre a prevenção quanto às drogas e sexualidade. Nosso foco é o trabalho com as palavras e as dificuldades com a língua portuguesa, que é um idioma diferente para eles. Nós, professores, trabalhamos pela associação da palavra ao sinal que eles já conhecem. Atuar junto ao AEE é gratificante", explicou.

Clique aqui para assistir a um vídeo sobre o trabalho da professora Verônica Rodrigues Santos.

Para reforçar a inclusão, também são promovidas na Escola Municipal Ancyra Gonçalves Pimentel oficinas específicas de Libras. O curso básico acontece às quartas-feiras, das 7h às 7h30 e das 12h30 às 13h20, no contraturno (horário divergente de aula). A rede municipal segue o ensino de Libras, como língua materna, além da língua portuguesa, na modalidade escrita. Os alunos que apresentam deficiência também fazem parte das aulas de robótica e do projeto "Produzindo autonomia", que trata da reciclagem do material recebido pela população para fabricar sabão em barra, líquido e pastoso, além de essências e velas decorativas.

Rede municipal - Para atender aos alunos, o município também conta com professores especializados em educação especial, além de três professores de libras, 10 intérpretes e dois professores de braile. O Atendimento Educacional Especializado assiste estudantes que apresentam deficiências físicas e múltiplas, autismo, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.

No ano letivo de 2017, um total de 994 alunos foram atendidos pelo AEE. "Este ano, houve aumento do número de alunos em virtude do ingresso expressivo dos estudantes da rede privada e ao atendimento ao Plano Nacional de Educação (com universalização para o atendimento às crianças na faixa de 2 anos). A rede municipal está se adequando para atender à nova demanda de alunos", ressaltou a superintendente de Educação Inclusiva, Cyntia Gonçalves.

Ela lembra que as salas de recursos são ambientes específicos, que contam com mobiliários e materiais adequados, como jogos direcionados, kits de desenho geométrico, prancheta de leitura, soroban (instrumento para cálculo), guia de assinatura e microcomputadores. No atendimento é realizado um planejamento pedagógico com atividades específicas direcionadas para cada aluno. A educação especial acontece em todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, tendo os professores como parte integrante do processo educacional.

O município, segundo a secretária de Educação, Leila Clemente, tem o objetivo de assegurar a inclusão escolar, garantindo o acesso e a permanência de todos os alunos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento (autismo infantil, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância), além de altas habilidades/superdotação, matriculados no ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado.

Apoio Pedagógico Específico - Além das salas de recursos, a rede municipal também conta com nove salas de Apoio Pedagógico Específico. Os espaços recebem nos horários divergentes aos de aula, estudantes do 1º ao 5º ano, que apresentam transtornos de aprendizagem, emocionais ou de comportamento da infância e adolescência.

As salas de APE funcionam com o objetivo de promover a melhoria da aprendizagem e buscar estratégias pedagógicas que possibilitem o entendimento das origens das dificuldades na aprendizagem e uma ação integrada em prol do ensino-aprendizagem.

Educação Especial - As salas de recursos são ambientes específicos, que contam com mobiliários e materiais adequados como jogos direcionados, kits de desenho geométrico, prancheta de leitura, soroban, guia de assinatura e microcomputadores.


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