Prefeitura capacita servidores do cemaia

06/08/2018 17:08:00 - Jornalista: Elis Regina Nuffer

Foto: Divulgação

Projeto é voltado para servidores que lidam com crianças e adolescentes que precisam de proteção e inclusão social

As vivências e os desafios dos profissionais que atuam no Centro Municipal de Atenção à Criança e à Adolescência (Cemaia) foram o tema da aula teórica do projeto Escola de Multiplicadores de Cuidado, nesta segunda-feira (6), no Auditório Claudio Ulpiano, na Cidade Universitária. Destinada, inicialmente, aos servidores que atuam no Cemaia, a formação deverá ser estendida aos servidores dos Centros de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e a outros setores da rede pública municipal que tratam da criança e do adolescente.

Iniciativa da Universidade Livre, da Secretaria Adjunta de Ensino Superior, vinculada à Secretaria Municipal de Educação, em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos e Acessibilidade, o projeto é a primeira escola criada para os acolhedores institucionais e tem trabalhado as diretrizes estruturantes do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), as normas técnicas e suas tipificações. Pretende capacitar os servidores que lidam com crianças e adolescentes que precisam de proteção e inclusão social, dentro do modelo cuidativo que garante os direitos fundamentais dos acolhidos, sua integração familiar ou colocação em família substituta, conforme as ações feitas junto a órgãos competentes.

Na aula, as diretrizes do SUAS foram abordadas pela assistente social Rúbia Rangel. Segundo ela, o projeto, que mostra as ações como a capacitação nas salas de aula, é um espaço de renovação sempre com foco no público que precisa de acolhimento, pessoas com vulnerabilidade ou risco social, o cuidado que necessitam, a participação da sociedade e o controle social.

- A questão é social e o SUAS tem a função de descentralizar as políticas da assistência social e potencializar, no município, as ações integradas entre os governos municipal, estadual e federal. O modelo cuidativo envolve questões compartilhadas para a proteção social – destacou.

A assistente social Kátia Magalhães falou sobre a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais de básica, média, alta e especial complexidades. Ela explicou que foi finalizada em 2009, com a criação da Política Nacional de Assistência Social e, a partir daí, cada município definiu o que fazer, para quem fazer, como fazer as suas ações, sendo a gestão com base no SUAS que, como política pública, faz parte da seguridade social.

O projeto - Lançado no dia 12 de junho deste ano, o projeto da escola visa contribuir para a formação dos servidores acolhedores. O Cemaia tem 72 servidores que atendem cerca de 20 crianças e adolescentes, na unidade localizada no Bairro Virgem Santa. O curso será ministrado até o dia 19 de dezembro, com aulas teórica e vivencial duas vezes por mês, a cada quinzena. Entre os temas a serem abordados estão Primeiros Socorros, Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), segurança e direitos e deveres na infância e juventude.

- Cuidar de quem cuida é a premissa da Escola de Multiplicadores de Cuidado, na qual os profissionais trocam conhecimentos e suas vivências sobre o trabalho que desenvolvem - disse o coordenador da Unilivre, Paulo de Tarso.

O Cemaia tem unidade de acolhimento para crianças e adolescentes dos sexos feminino e masculino com ou sem filhos, em situação de risco social, vítimas de abuso sexual, violência física ou mental ou em condições de rua.

A equipe que atua na unidade é multidisciplinar, pessoas como Rosângela Soares, que acredita no seu papel como servidora e ser humano.

- Estou amando as aulas da Escola e acredito que é uma oportunidade para o nosso trabalho envolver a sociedade porque só assim, reconhecendo que são ações de todos, as pessoas que precisam de acolhimento poderão ter um futuro melhor - concluiu.

Renata Maria Santos completou:

- Trabalhar para oferecer um pouco de dignidade a essas pessoas que precisam de cuidado e contribuir para que tenham qualidade de vida é a recompensa do nosso trabalho. Este curso só acrescenta na nossa vida e na vida delas porque conhecimento a gente vivencia, a gente troca.


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