Prefeitura e Forças Armadas unidas para combater o Aedes aegypti

05/02/2016 09:38:00 - Jornalista: Julie Silveira

Foto: Arquivo Secom

Carnaval também é época de combater mosquito transmissor do zika vírus

A prefeitura de Macaé se une às Forças Armadas, a partir da próxima semana, para combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, da febre chicungunha e também do zika vírus. A ação faz parte da medida do Ministério da Defesa, que disponibilizou 220 mil militares, ou cerca de 60% do efetivo total do país, para participar de uma campanha de informação contra o mosquito em 356 cidades. A estratégia é nacional e terá desdobramento em todo o Estado do Rio.

A ação ficou definida durante a reunião do Gabinete de Atenção e Combate ao Aedes aegypti, na Secretaria de Saúde, nesta quinta-feira (4), que também abordou a medida provisória (MP 712/2016), da Presidência da República. Uma delas está o ingresso forçado de agentes públicos em imóveis públicos e particulares, no caso de situação de abandono ou ausência de pessoa que possa permitir o acesso das equipes que atuam na descoberta e eliminação de focos do mosquito.

No dia 13, cerca de 71 mil militares das Forças Armadas vão para Macaé e outras 29 cidades do Rio de Janeiro atuar na campanha contra Aedes aegypti. A ação vai englobar Macaé, Araruama, Angra dos Reis, Arraial do Cabo, Belford Roxo, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Duque de Caxias, Iguaba Grande, Itaguaí, Itaperuna, Japeri, Mangaratiba, Niterói, Nova Friburgo, Nova Iguaçu, Paracambi, Paraty, Petrópolis, Queimados, Resende, Rio das Ostras, Rio de Janeiro, Saquarema, São Gonçalo, São João da Barra, São João de Meriti, São Pedro D'Aldeia, Seropédica e Valença.

De acordo com o Secretário de Saúde, Pedro Reis, a proposta é buscar estratégias para eliminar o Aedes aegypti, sensibilizar as pessoas sobre a gravidade das doenças transmitidas e multiplicar a informação por meio de formadores de opinião, como escolas, grupos religiosos, entre outros. "A forma de prevenção mais eficaz é não deixar o mosquito nascer", disse.

Macaé mantém ações intensificadas no combate ao Aedes aegypti. O trabalho inclui visitas domiciliares, mutirões de limpeza e de conscientização. Somente este ano, cerca de 15 mil imóveis foram vistoriados pelos agentes do Centro de Controle de Zoonozes (CCZ). Apesar disso, os casos notificados de dengue aumentaram. Em apenas uma semana, o número de notificações subiu de 38 para 97. A prefeitura mantém o apelo para colaboração da população, já que 90% dos focos do mosquito são encontrados em residências.

Cenário

O Brasil entrou em alerta mais intenso contra o Aedes por causa da disseminação de casos suspeitos de microcefalia em bebês recém-nascidos, relacionados com o zika vírus. Já são cerca de 4 mil casos, a maioria concentrados na Região Nordeste. A microcefalia se caracteriza pela formação da cabeça menor do que o considerado normal em fetos, causando diversos problemas de desenvolvimento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o surto de zika vírus é uma emergência de saúde pública internacional, que exige uma resposta urgente e única, com vigilância máxima pelos governos de todo o mundo. Segundo os especialistas, o vírus está se espalhando muito e de maneira rápida, com consequências devastadoras. A decisão deve acelerar ações internacionais de cooperação e de pesquisa.

No caso da dengue, desde o final dos anos 80 o Brasil convive com epidemias sazonais durante o verão. Com sintomas parecidos, mas menos letal, os primeiros casos de transmissão interna do vírus chicungunha foram registrados no segundo semestre de 2014.


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