Proximidade com Bacia de Campos é vantagem para refinaria na região

05/10/2005 15:02:41 - Jornalista: Janira Braga

Próxima do local de extração e produção de petróleo e ao mesmo tempo, distante de reservatórios de água. Essa é uma das vantagens apontadas pelos prefeitos do Norte e Noroeste do Estado do Rio para a instalação do pólo petroquímico e de uma refinaria na região. Com grandes possibilidades de novas instalações portuárias e a duplicação já anunciada pelo governo federal da BR-101, a região Norte ganha força na luta pelo maior investimento já feito no Estado do Rio em um único projeto, que vai chegar a US$ 9 bilhões (R$ 20,7 bilhões).

A Petrobras anunciou o projeto e está estudando se o pólo ficará no Norte/Noroeste ou em Itaguaí.
Uma das desvantagens de Itaguaí é a ambiental, com a proximidade com o reservatório de Guandu, que abastece 80% do município do Rio de Janeiro e 60% da Baixada Fluminense. Se a refinaria fosse instalada em Itaguaí, poderia atingir o meio ambiente local. “O Norte do Estado tem todas as condições de infra-estrutura de abrigar a refinaria e está preparado para receber o empreendimento”, afirmou o prefeito de Macaé, Riverton Mussi.

Riverton ressaltou que está em estudo a possibilidade de Macaé abrigar um novo porto, na região de Cabiúnas, o que facilitaria o escoamento da produção do pólo petroquímico, adicionando esta vantagem logística à região. No projeto da Petrobras está incluída a construção de uma refinaria petroquímica que vai processar 150 mil barris diários de petróleo pesado, para produzir matérias-primas para as indústrias petroquímicas, como eteno e propeno.

- Em qualquer cidade do Norte do Rio que for instalado o pólo petroquímico, vai gerar uma cadeia de produtividade nas cidades vizinhas, criando empregos e fomentando a economia da região – comentou Riverton. Na opinião do prefeito de Rio das Ostras, Carlos Augusto Balthazar (PMDB), a vinda da refinaria para o Norte/Noroeste do Estado é “uma questão de Justiça”, já que a Bacia de Campos é responsável por 83% do petróleo produzido no país.

- Além disso, os índices de desenvolvimento humano da região Norte/Noroeste são um dos mais baixos do país e a instalação da refinaria poderia contribuir para a melhoria desses índices – acentuou Carlos Augusto. A Petrobras estima que as obras do pólo durem de quatro a cinco anos, quando está prevista a geração de 75 mil empregos diretos e indiretos. Na fase de operação, a expectativa é de geração de 15 mil empregos diretos e outros 30 mil indiretos.

Ompetro mobilizada para instalação do pólo petroquímico no Norte Fluminense

O presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) no Estado do Rio e prefeito de Casimiro de Abreu, Paulo Dames, lembrou da expressiva geração de empregos que um empreendimento como o pólo petroquímico pode gerar. “Com a refinaria no Norte Fluminense, teremos indústrias em diversas cidades para fornecer subprodutos. Nossa região precisa de investimentos deste porte e a Ompetro está nesta luta”, afirmou.

O prefeito de Quissamã, Armando Carneiro, ressaltou que um grande empreendimento como o pólo petroquímico poderia diminuir o fluxo migratório que acontece do Norte Fluminense para a cidade do Rio. “Estamos buscando novos investimentos para o Norte do Estado. Itaguaí vai receber um novo investimento da CSN, além da Gerdau e da Thyssen”, lembrou, destacando que a proximidade com a Bacia de Campos poderia causar um barateamento na condução do óleo até a refinaria.