Público lota Imbetiba para assistir o Auto da Paixão

28/03/2005 08:54:06 - Jornalista:

O público lotou a praia de Imbetiba nesta sexta e sábado (25 e 26-3) para assistir o Auto da Paixão, promovido pela prefeitura de Macaé, Fundação Macaé de Cultura e MacaéTur.

O público lotou a praia de Imbetiba, nesta sexta e sábado (25 e 26/3), para assistir a apresentação do Auto da Paixão promovido pela prefeitura de Macaé, Fundação Macaé de Cultura e MacaéTur. A emoção tomou conta da platéia nos momentos mais marcantes da história da vida Jesus Cristo.

O texto de Mauro Menezes e Lú Maia foi elaborado a partir de textos bíblicos e passagens do folclore brasileiro, com muita música e números de dança. A folia de reis, a literatura de cordel e outros ritos do folclore, foram inseridos no espetáculo aproximando a história de Jesus a realidade brasileira.

A presidente da Fundação Macaé de Cultura, Ivana Mussi Luz agradeceu o empenho da equipe de 70 pessoas, entre atores e equipe técnica, que tornaram possível a montagem da Paixão, além do apoio da prefeitura de Macaé e diversas secretarias. “O espetáculo mostra um pouco da linguagem do folclore brasileiro através da história sacra. Procuramos resgatar as raízes do nosso folclore”, explicou.

Uma tenda, de 5x5 metros quadrados, montada na praia de Imbetiba, explicava através de painéis, a pesquisa que foi realizada pelos autores e pelo figurinista para a elaboração do Auto da Paixão. Um dobrado de sinos e a passagem do cortejo pela platéia, deram início ao espetáculo. A atriz negra Ava Alves, interpretou Maria, mãe de Jesus, e Marcelo Atahualpa, o Cristo. Os momentos mais emocionantes da vida do Nazareno foram apresentados em dois palcos montados na av. Elias Agostinho. O batismo de Jesus, a tentação no deserto, a última ceia e a crucificação, foram os momentos mais marcantes do espetáculo.

As roupas coloridas dos atores, inspiradas no folclore brasileiro, foram o destaque do Auto da Paixão. O estilista paulista Bonilho, que mora em Paris há seis anos, elaborou todo o figurino, composto por 130 peças de vestuário, 42 chapéus, mais várias máscaras confeccionadas em papier marche. Só de fitas coloridas, o figurinista usou 600 metros. “O folclore brasileiro é muito rico, é inspirado nas roupas de festas religiosas portuguesas. A roupa que eu mais gosto é da do careto do nordeste, que representa o diabo, a figura mística do bem e do mal. Ela foi confeccionada com 80 novelos de lã e levou cinco dias para ser feita”, conta Bonilho.

No final do espetáculo o público aplaudiu emocionado o momento da ascensão de Cristo. Bolas de gás brancas lançaram o rosto de Jesus pintado em um pano de algodão, no céu da praia de Imbetiba.