Foto: Guga Malheiros/Ana Chaffin
Relação médico-paciente é diferencial do programa
Na Estratégia Saúde da Família (ESF), a receita é o carinho. Além disso, os pacientes são conhecidos de longas datas por profissionais treinados para ouvir, educar e ajudar a tomar decisões sobre a saúde de cada familiar cadastrado. Em Macaé, a meta é tornar a atenção básica como a principal porta de entrada da rede de saúde.
Dentro do projeto de expansão do serviço, desde janeiro, o município conta com dez novas equipes de Estratégia Saúde da Família que estão atendendo mais 40 mil pessoas. Com a implantação das novas equipes, o município passou a contar com 46 grupos de ESF, que atendem 160 mil macaenses, o que corresponde a cerca de 70% da população.
A prevenção é realizada por meio de atendimento clínico no espaço e visitas domiciliares para pacientes acamados. A microempreendedora Eline Silva, 27 anos, compareceu à unidade do Morro de São Jorge para descobrir os motivos da falta de ar que anda sentindo. No primeiro minuto da conversa com o médico Eric Golosov Cure, que já assistiu a paciente no ano passado, ele se recordou do mesmo sintoma. Essa relação médico-paciente é o diferencial para ela. "Sempre sou bem atendida e saio daqui com os pedidos de exames. No ano passado fiz umas investigações, mas estou voltando para acompanhamento", acrescenta.
Para o clínico geral Eric Golosov Cure, esse convívio é muito importante porque existe continuidade. "É fundamental que o médico vá conhecendo seu paciente e vice-versa. Com isso, entendemos todos os seus problemas, facilitando a tomada de decisão dos medicamentos ou até mesmo para atingirmos melhor as metas de tratamento. As visitas periódicas ao consultório ou mesmo a domicílio, dependem de cada situação em particular e ganham, ainda, o carinho nessa relação", frisa Eric.
A aposentada Marinete Osório dos Santos, 65 anos, é só felicidade quando recebe a visita da equipe. Há três anos ela sofreu um AVC que a deixou acamada devido à deficiência motora do lado direto. Em maio deste ano Marinete voltou a andar, alternando algumas passadas sem o uso do andador. Com muita vontade de viver e um sorriso sempre presente, a aposentada é muita grata aos profissionais. "Se não fosse todo esse trabalho dos profissionais, com certeza estaria na cama, mas eu quero viver muito, gosto de conversar e dar risada", contou.
Além do acompanhamento médico, Marinete foi assistida pela enfermagem, fisioterapia, nutrição, como também no Centro Municipal de Reabilitação.
O programa Estratégia Saúde da Família funciona há 15 anos no Morro São Jorge, com média de 230 atendimentos por mês. De acordo com a enfermeira Elenice Salles, é a porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS). Ela acrescenta que o principal objetivo é a prevenção de doenças. As mais comuns registradas são hipertensão e diabetes, além de depressão e transtorno de ansiedade.
Outros serviços são salas de vacina e curativo, pré-natal, renovação de receitas e campanhas educativas, em parceria com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Os pacientes também podem participar de atividades coletivas como alongamento, às terças e quintas-feiras pela manhã; dança sênior para idosos, às quintas-feiras, 14h; grupos de redução de danos para drogas lícitas e ilícitas, às quartas-feiras, 14h; e, na última sexta-feira do mês, é a vez dos hipertensos e diabéticos, às 14h.
ESF - As equipes responsáveis pela população de uma área determinada são formadas por médicos, enfermeiros, técnicos ou auxiliares de enfermagem, agentes comunitários de saúde, recepcionistas, auxiliares de serviços gerais.
Além desses profissionais, há uma equipe de apoio, denominada Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf), criada pelo Ministério da Saúde, que atua de maneira integrada com o objetivo de ampliar as ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade. O grupo é formado por nutricionista, fisioterapeuta, assistente social, psiquiatra, dentista, auxiliar de saúde bucal, psicólogo, terapeuta ocupacional e a supervisão técnica.