Encontro lembra o Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher

14/10/2019 14:37:00 - Jornalista: Liliane Barboza

Foto: Rui Porto Filho

Encontro falou sobre alienação parental e Patrulha Maria da Penha

A Área Técnica de Vigilância e Prevenção das Violências, vinculada à Secretaria de Saúde, realizou na manhã desta segunda-feira (14), mais um encontro no auditório do Centro Administrativo Luiz Osório (Cealo). A reunião lembrou o Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher (10 de outubro). Foram abordados assuntos como alienação parental e a atuação da Patrulha Maria da Penha no município. O objetivo das rodas de conversa é estreitar a rede de proteção e ressaltar a importância das notificações sobre casos de violência em Macaé.

A coordenadora da Área Técnica de Vigilância e Prevenção das Violências, Ananda Resende, explica que os encontros seguem calendário baseado nas diretrizes do Ministério da Saúde e têm a finalidade principal de aproximar os profissionais que atuam na rede e tirar suas principais dúvidas.

A psicóloga clínica, Marleide Santana, falou sobre alienação parental, muito presente, principalmente, em caso de separação. Esta interferência é um processo e o resultado da manipulação psicológica de uma criança em mostrar medo, desrespeito ou hostilidade injustificados em relação ao pai ou mãe e ainda outros integrantes da família. "As crianças ou adolescentes que vivem essa relação conturbada na separação podem adoecer e necessitam de acompanhamento psicológico", destacou.

Ela acrescentou ainda que o alienador não sabe lidar com a separação e, nesses casos, pode-se observar também, uma relação de poder e dependência econômica. "A mulher pode vencer todos esses obstáculos, desde que tenham uma rede de proteção. Ambos, durante esse período, devem passar pelo processo de ressignificação de suas vidas", pontuou Marleide.

A coordenadora da Patrulha Maria da Penha, Laila Bastos, informou que o trabalho existe há dois anos e meio. Inicialmente, os patrulheiros só cumpriam medidas protetivas, no entanto, as demandas cresceram e casos de emergência também são atendidos por eles, além de realização de palestras nas escolas.

"Nós funcionamos com cinco plantões, com atuação de três a quatro guardas. Atualmente, estamos atendendo a 190 medidas protetivas no município", informou.

Ela acrescentou ainda que, dependendo da ocorrência, a Patrulha Maria da Penha conta com o apoio do Grupo de Apoio Operacional (Gaop) e até mesmo com a Polícia Militar que possui atualmente o projeto Guardiões da Vida, capacitada para atuar nos casos de violência contra a mulher.

A patrulheira Viviane Cardoso, relatou que quando começou a atuar na Patrulha Maria da Penha, começou a entender que muitas mulheres já vivenciaram algum tipo de violência. "É um desafio diário e, muitas vezes, é difícil separar o profissional do pessoal. Fiquei bastante abalada quando, recentemente, uma mulher que não quis renovar a sua medida protetiva foi assassinada por seu ex-companheiro. Isso mexeu muito comigo", comentou.

Viviane destacou ainda que não existe classe social e todas as mulheres podem se tornar vítima de violência. "Contamos com uma rede de atendimento muito boa, pois os profissionais do Hospital Público de Macaé e Pronto Socorro acionam a Patrulha Maria da Penha quando constatam algum caso de violência", acrescentou.

Mulheres vítimas de violência no município podem procurar o Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam) que fica Rua São João, 33, ao lado da 123ª Delegacia Legal. Mais informações pelo telefone 2796-1045 e 2791-6620.

Os contatos da Patrulha Maria da Penha são o WhatsApp 99826-6263, 0800.2822108 e 2796-1328.


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