Macaé é destaque estadual na plantação de feijão

22/07/2011 10:35:15 - Jornalista: Carla Cardoso

Foto: Kaná Manhães

Boa produção foi um dos destaques do Dia de Campo, promovido pela Subsecretaria de Agricultura no distrito do Trapiche.

A produção de alimentos e de energia é sempre tema de debates e projetos. Macaé, conhecida como a capital nacional do petróleo, também já pode ser chamada de capital estadual do feijão. É o região no Estado, que mais tem maior produção do grão: são 210 hectares de plantação do feijão preto. A boa produção foi um dos destaques do Dia de Campo, promovido pela Subsecretaria de Agricultura, nesta quinta-feira (21), na Fazenda Paraíso, no Trapiche. O evento discutiu as questões voltadas ao plantio e observou resultados de testes e experiências nas atividades.

Pequenos produtores rurais ouviram as experiências de técnicos da Subsecretaria de Agricultura, representantes da Pesagro, da Emater, e de municípios como Campos, Quissamã, Carapebus, Rio das Ostras,. Eles também observaram, in loco, os resultados do plantio do feijão na fazenda que pertence ao produtor José Carlos Henrique Arêas, que há seis anos vem dedicando parte da área à plantação de milho e feijão.

Segundo o subsecretário de Agricultura, Darlin Grativol, a política pública deve procurar se achegar cada vez mais ao produtor, e o Dia de Campo, representa essa iniciativa por parte da prefeitura.

- Isso deve ser feito de forma integrada e temos buscado isso, melhorar a infra-estrutura da secretaria para então levar mais apoio ao produtor, buscar melhorias. Temos 500 imóveis rurais com menos de 500 hectares no município. Parte dessa área é voltada ao lazer, mas também há muitos produtores que trabalham nessa terra e às vezes ficam esquecidos. Não podemos deixar isso acontecer — observa o subsecretário, lembrando ainda que há experimentos no município, não apenas para a produção de sementes de feijão, mas para recuperação de pastagens com o plantio de alimentos.

O pesquisador da Pesagro, Benedito Fernandes, explicou para os participantes o trabalho efetuado na plantação de feijão da Fazenda Paraíso. “Ficamos felizes quando adotamos o feijão, um plantio que está suscetível a tantas questões naturais, e obtemos um grão com quase nenhum, ou nenhum, agrotóxico, sem problemas, e resistente a doenças.

- O resíduo do feijão também é ótimo para adubar pastagens e a palha do grão pode ser servido como alimento para o gado. Degradar é o uso suscetível sem repor. É possível se preparar o solo, corrigir o solo, plantar feijão, depois plantar o milho no mesmo espaço. O feijão não é do Brasil, é da Cordilheira dos Andes. É um grão que adora frio, desde que seja até 8 graus. De 22 a 25 graus seria o ideal. E Macaé, no inverno, possui essa temperatura para que, no auge do feijão, em novembro, possa oferecer o alimento mais fresco. A cotação máxima de feijão é em outubro e novembro. Portanto, é possível produzirmos no inverno e termos o que oferecer na época certa — informa.

O pesquisador ressalta que o único problema encontrado no solo onde acontece os plantios é a deficiência de cálcio. “Na Fazenda Paraíso, utilizamos três toneladas de calcário por hectare para receber as sementes”, diz. Segundo ele, a região Norte Fluminense também se destaca na produção de milho, lembrando que o alimento também vem sendo usado para fabricação de álcool nos EUA e a beterraba, usada para o mesmo fim, na França. “Energia e alimento sempre estiveram presente na história do homem. E Macaé possui facilidade para se ter as duas atividades e não deve haver conflito entre elas, visto que são ambas importantes”, diz.

Fazenda Paraíso – Vinte hectares da Fazenda Paraíso são reservados para a plantação do feijão e, posteriormente do milho. Porto Real, Pingo de Ouro, Supremo, Maravilhoso, Grafite, e a recente Redentor – novo tipo de grão que será lançado – e todas as variedades de feijão preto lançadas pela Embrapa são as espécies plantadas no espaço de 24 hectares. O produtor José Carlos Arêas, lembra que sua experiência com esse tipo de plantação começou há seis anos, com o apoio da Pesagro e os outros órgãos de agricultura, quando fez o plantio de 80 hectares.

- Não tinha nada plantado. Era tudo capim e mato. Foi aí que solicitei à prefeitura um trator para preparar o campo e comecei. Quando a terra ficou pronta, procurei a Pesagro e solicitei as sementes. O feijão nasceu perfeito, muitos grãos, sem insetos, mas tive dificuldade com a secagem e perdi. Mas logo depois, fui adquirindo máquinas de colher feijão, secador, máquina de colher milho, comprei uma máquina de irrigação e fui me dedicando. Venho recuperando o solo, fazendo esse tipo de experimento há quatro anos e estou gostando, observa o produtor, lembrando que o maior problema enfrentado para o plantio não são apenas as mudanças climáticas, mas sim a mão de obra. “Infelizmente não encontramos pessoas para trabalhar no campo. Todos preferem ir para a cidade”, diz.

Metas do trabalho – Após o momento de palestras e visita ao plantio, o grupo retomou as discussões sobre a experiência. A área de plantio tem incentivo da Subsecretaria de Agricultura, onde são feitos testes com as novas variedades de grãos. Cada quadra plantada tem uma placa com identificação das espécies plantadas de feijão. A meta da subsecretaria é recuperar o solo com o plantio de espécies de grãos, como o feijão e o milho, e depois, passar para o plantio do capim para a pastagem do gado, promovendo a recuperação da pastagem.


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