Vacinação contra a febre aftosa termina segunda-feira

28/05/2010 19:54:16 - Jornalista: Elis Regina Nuffer

Foto: Arquivo Secom

Durante a campanha de vacinação, subsecretário de Agricultura, Jonas Siqueira, participou de distribuição de vacinas

As cerca de 100 mil cabeças de gado de produtores rurais do município de Macaé têm que ser vacinadas contra a febre aftosa até a próxima segunda-feira (31) quando termina a primeira etapa da vacinação em todo o país. Equipes da prefeitura já vacinaram gratuitamente o rebanho dos produtores que têm até 100 cabeças, tanto de corte quanto leiteiro.

Mesmo o Estado do Rio de Janeiro estando livre da doença há 13 anos, os produtores que deixarem de vacinar o seu gado pagarão multa. A informação foi passada pelo médico veterinário da Subsecretaria Municipal de Agricultura, José Carlos Chagas de Souza.

Pela legislação nacional, a multa nesse caso é equivalente a R$ 82,10 por cabeça. O criador que não vacinar no período da campanha, além de ser multado, terá que comprar a vacina e fazer a aplicação com a presença de um fiscal para o efetivo controle dos órgãos competentes.

Segundo ainda o veterinário, a prefeitura disponibiliza gratuitamente equipes de vacinadores, vacina e toda estrutura de profissionais e equipamentos necessários para os pequenos produtores com até 100 cabeças de gado. Os demais têm que comprar a vacina nas lojas especializadas em produtos agropecuários, explicou o veterinário da Agricultura.
De Souza disse que cada dose da vacina custa entre R$ 1,30 e R$ 1,40. O produtor é obrigado a vacinar o seu rebanho e apresentar, junto com a nota fiscal da compra das vacinas, a declaração de vacinação, cujo formulário é gratuito e pode ser obtido na Subsecretaria de Agricultura ou nas lojas credenciadas para a venda de vacinas.
O prazo para a entrega da declaração é até o quinto dia útil após o encerramento da campanha, que este ano será o dia 8 de junho porque quinta-feira (3) é feriado de Corpus Christi. O comprovante é sempre exigido para emissão da Guia de Trânsito de Animais (GTA) nos deslocamentos de bovinos e búfalos. Caso o criador perca a data da entrega, está sujeito ao pagamento de multa de R$ 49,26 por animal.
O veterinário informou que, além da multa, os produtores que não vacinarem o seu rebanho ficarão proibidos de fornecer leite para a cooperativa e de fazer o transporte do animal para o abatedouro, uma vez que não conseguirão comprovar a imunização dos animais.

- Como os pequenos produtores já foram beneficiados, equipes da prefeitura estão dando suporte na vacinação do rebanho dos médio e grande produtores, orientou de Souza.

Segundo ele, quem precisar de suporte ou tiver dúvidas sobre a vacinação pode ligar para a Subsecretaria de Agricultura pelo telefone (22) 2759.1896.

O médico veterinário informou ainda que nos assentamentos rurais do município, como o Celso Daniel, a prefeitura treinou moradores do próprio local para fazer a vacinação do rebanho, o que confere agilidade ao serviço.

A campanha de vacinação faz parte do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (Pnefa), que tem coordenação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e segue diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

A campanha é compartilhada entre os governos federal, estaduais e municipais e setores privados e acontece duas vezes por ano, sempre em maio e novembro.

A vacinação tem que ser feita obedecendo a critérios estabelecidos mundialmente como resistência a agentes físicos e químicos, sendo preservada por refrigeração e congelamento, e progressivamente inativado por temperaturas superiores a 50ºC.

O que é a febre aftosa

É uma doença infecciosa aguda que causa febre, seguida do aparecimento de vesículas (aftas), principalmente na boca e nos pés de animais de casco fendido. É causada por um vírus do qual existem sete tipos que produzem sinais clínicos similares e só podem ser identificados em laboratório.

O vírus está presente em grande quantidade no fluido das vesículas e também pode ocorrer na saliva, no leite e nas fezes dos animais afetados. A contaminação de qualquer objeto através dessas fontes de infecção é uma via perigosa de transmissão de um animal a outro. Os animais infectados começam a excretar o vírus poucos dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e no pico da doença o vírus está presente no sangue.

Os sinais clínicos da aftosa são: febre, inquietação, salivação, babeira, dificuldade de mastigar e engolir alimentos, tremores, queda na produção de leite, dor nas tetas ao ser ordenhado ou quando amamenta, manqueira e ferimentos nos pés, boca, patas e úbere de bovinos, búfalos, caprinos, ovinos, suínos e outras espécies de casco fendido.

O animal com a doença tende a ficar isolado no pasto e posteriormente vir a deitar com frequência. O emagrecimento é marcante devido à febre e à dificuldade de alimentar, beber e locomover.


A orientação de especialistas é que qualquer suspeita da doença deve ser notificada imediatamente aos órgãos competentes de defesa animal. O animal tem que passar por exame feito por um veterinário e, caso seja confirmada a doença, tomará as providências necessárias como colheita de amostras para diagnóstico laboratorial e estabelecimento de medidas emergenciais de proteção para evitar que a doença se espalhe.

A transmissão para seres humanos é raríssima. Só existe um registro de Febre Aftosa em humanos na Grã Bretanha em 1966.

As informações foram retiradas do site do Mapa: www.agricultura.gov.br.