Monitoramento continua no Parque Atalaia

12/04/2017 17:24:00 - Jornalista: Carla Cardoso

Foto: Ana Chaffin

Durante a ação, armadilhas para mosquitos foram recolhidas

Mais duas carcaças de macacos bugios foram encontradas no Parque Municipal Atalaia, na varredura realizada nestas terça e quarta-feira (11 e 12), em uma ação conjunta com o Programa de Geoprocessamento de Indicadores Entomológicos do Estado do Rio. As ossadas estavam em um raio de um quilômetro onde foram encontradas as carcaças anteriores. Nesta quarta, outra equipe da Fiocruz esteve no local para recolher armadilhas deixadas na semana passada e colocar novas, desta vez do tipo aéreas, nas copas das árvores.

O mutirão dos últimos dois dias foi formado por uma equipe da Fiocruz, do Estado do Rio, do Nupem, da Guarda Ambiental e CCZ de Macaé, e do Parque Municipal Atalaia. Eles percorreram um parâmetro maior da mata. As ossadas dos macacos encontrados no início do mês, e as encontradas nesta semana foram levadas para serem analisadas pela equipe do Nupem.

Segundo explicou o zoólogo e professor do Nupem, Pablo Gonçalves, a análise dos ossos vai resultar em uma documentação que visa identificar os primatas afetados pela doença, como idade e características. “Podemos identificar qual parcela da população do bugio está mais suscetível. Há diferenças entre eles e podemos ver também, por meio da idade, qual parte da população é mais resistente. É um tipo de primata pouco estudado e esse levantamento é importante”, explica.

O Programa de Geoprocessamento de Indicadores Entomológicos é um projeto maior de mapeamento da doença. A ideia é identificar o caminho da doença, por meio dos mosquitos, até chegar a esses pontos específicos do Estado do Rio. Municípios como Casimiro de Abreu, Araruama, Angra dos Reis, São Sebastião do Alto, Silva Jardim são analisados. Em breve, outros pontos do Estado, como Parati, também vão ser monitorados para o programa.

Na varredura, Alessandra Alvarenga, do Nupem, recolheu as armadilhas ovitrampa que foram colocadas, no último dia 4, em vários pontos do parque. “Na ovitrampa, só utilizamos água, pois o interesse é que sejam colocados ovos no local. Esses ovos são levados para o laboratório, são analisados e vamos identificar se o vetor da doença se reproduziu. Essa técnica só permite identificarmos as espécies”, observa.