Fórum debate a Valorização da Vida e Prevenção ao Suicídio

11/09/2019 16:00:00 - Jornalista: Elis Regina Nuffer

Foto: Divulgação

Evento foi realizado nesta quarta (11), na Cidade Universitária

O 1º Fórum Intersetorial sobre Valorização da Vida e Prevenção ao Suicídio no Contexto Escolar, realizado, nesta quarta-feira (11), no auditório Claudio Ulpiano, bloco A, na Cidade Universitária, quebrou o tabu com relação ao tema e mostrou que falar sobre o assunto é o melhor remédio. O secretário de Educação, Guto Garcia, participou do Fórum, sensibilizado com a problemática desses alunos da rede pública municipal.

“Os professores da rede fazem palestras constantes e orientam os pais e/ou responsáveis da importância de observarem seus filhos, principalmente, com relação ao tempo que passam na Internet e a qualquer forma diferente de seus comportamentos. Os que buscam ajuda na escola sempre são bem acolhidos. A preocupação e a responsabilidade são de todos nós”, destacou o secretário.

O diretor do Maria Isabel, Roberto Valcácio, disse que o papel da escola tem ido além do ensino e aprendizagem. “Temos hoje a missão de acolher os alunos e, de alguma forma, temos conseguido amenizar algumas dores. Mas há casos extremos e são muitos”, alertou. O Maria Isabel tem atualmente 777 alunos. Luiziane acrescentou que o problema fica ainda mais grave porque alguns pais e/ou responsáveis não conseguem enxergar o problema dos filhos e porque existe a facilidade da Internet, outro agravante, com vídeos e materiais diversos ensinando técnicas de mutilação e até de suicídio.

A palestrante Aline Vilhena Lisboa, professora do curso de medicina da UFRJ, abriu o encontro mostrando a importância de as pessoas falarem sobre o suicídio e as suas possíveis causas com os parentes, amigos e vizinhos. Ela apresentou as estatísticas dos casos registrados em Macaé, no Brasil e no mundo. A análise quantitativa dos casos notificados em Macaé mostra que foram 98 suicídios registrados entre 2006 e este ano até agora, sendo a taxa de prevalência de pessoas entre 20 e 49 anos de idade e o principal tipo de morte é por enforcamento em 68% dos casos.

A palestrante mostrou, ainda, que se trata de uma combinação de fatores biológicos, emocionais, socioculturais, filosóficos e até religiosos, podendo ser os chamados “gatilhos” a perda do emprego, fracasso amoroso, morte de um ente querido, falência financeira, mudança geográfica, entre outros.

Segundo ela, é importante que as pessoas fiquem atentas a qualquer sinal ou pedido de ajuda de quem está perto e, principalmente, os pais e/ou responsáveis devem observar o tempo todo o comportamento dos filhos. Em seguida, falou a professora do curso de Enfermagem e Obstetrícia, também da UFRJ-Macaé, Leila Brito Bergold. “É importante falarmos sobre o assunto, sim, e utilizarmos técnicas de acolhimento para as pessoas que precisam, às vezes, somente serem ouvidas”, destacou. Ela abordou “Estratégias acolhedoras para a prevenção do suicídio e promoção da saúde mental no ambiente escolar”, tema do Fórum.

O evento foi realizado em parceria das secretarias de Educação, Saúde e a UFRJ. Houve momento cultural com grupo de teatro falando sobre o Setembro Amarelo, mês que marca a conscientização para que as pessoas matem a dor, não a vida. Amarelo foi a cor escolhida porque, em 1994, um jovem americano, de apenas 17 anos, se matou dirigindo seu carro amarelo. Familiares e amigos distribuíram no enterro dele cartões e mensagens em papel amarelo alertando para que outras famílias não passassem a mesma dor.


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