Merenda escolar prioriza agricultura familiar

23/05/2017 15:30:00 - Jornalista: Joice Trindade

Foto: Maurício Porão

Alimentos produzidos em solo local ajudam a fomentar a economia rural e a garantir comida saudável para alunos

A merenda escolar das 106 unidades da rede é reforçada com produtos da agricultura familiar. Nesta terça-feira (23), a rede recebeu 14.367 quilos de alimentos frescos e naturais produzidos em Macaé. Este total conta com 1.135 quilos de aipim, 2.840 quilos de banana prata, 85 quilos de cebolinha,1.135 quilos de inhame, 57 quilos de salsa, 851 quilos de alface. Também foram recebidos 2.839 quilos de caqui, 567 quilos de cenoura, 1.135 quilos de couve-flor e 425 quilos de espinafre.

O trabalho conta com a atuação de cerca de 70 produtores provenientes da região serrana (Sana, Frade, Trapiche, Córrego do Ouro, Serra da Cruz), Assentamento Celso Daniel e cooperativas da região.

Todos os gêneros foram avaliados, pesados e separados para atender os alunos da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio da área central, bairros e região serrana. O trabalho é uma ação integrada das secretarias de Educação e Agroeconomia. O fornecimento e a distribuição dos produtos da agricultura familiar estão marcados para todas as terças-feiras, no galpão da Secretaria de Agroeconomia, que funciona nas dependências do Parque de Exposições Latiff Mussi Rocha, no São José do Barreto.

Macaé segue a determinação da Lei 11.947/2009, que prevê a aplicação de 30% dos recursos da merenda escolar, provenientes do Governo Federal, na compra de produtos da agricultura familiar. Hoje, Macaé oferece diariamente café da manhã (desjejum), almoço e lanche da tarde para os estudantes. O cardápio é acrescido de jantar para quem estuda à noite.

O produtor de cebolinha e salsa, José Manhães, que trabalha no Assentamento Celso Daniel, explica que a distribuição para as escolas é um sonho realizado. "Estamos felizes em ver esta garotada consumindo o que plantamos", conta.

Já prevendo novas demandas, o produtor de alface e cebolinha, Nilson Gomes, convocou mais membros da família para trabalhar na agricultura. "Antes só tinha minha esposa para me ajudar. Agora minha filha também está conosco. Sei que teremos muito trabalho pela frente", observa.

Pescado local deverá ser incluído na merenda escolar

O município foi um dos pioneiros na região a seguir a legislação federal. Com isso, a rede segue a determinação do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE.

Presente na pesagem e recebimento dos produtos, o secretário de Educação, Guto Garcia, destaca que a rede prioriza alimentos de acordo com as boas práticas agrícolas e de fabricação. "O foco principal é a diversificação dos gêneros para melhor atender ao cardápio dos alunos", observa. Ele acrescenta que a educação trabalha para inclusão do pescado na merenda escolar para o segundo semestre letivo.

Os produtores receberam orientações sobre diversificação dos gêneros, cuidados na pesagem, armazenamento, separação e fracionamento, além da qualidade dos produtos. A Coordenadoria de Nutrição da Secretaria de Educação orienta que os produtos devem ser acondicionados e transportados de acordo com as normas da Vigilância Sanitária.

O engenheiro agrônomo da Secretaria de Agroeconomia, Rogério Freire, explica que o oferecimento dos produtos para merenda escolar deve ser de forma programada. "Os produtores devem obedecer as condições climáticas e preparar o solo adequadamente", explica.

Os técnicos da secretaria oferecem o apoio necessário para que os agricultores possam se enquadrar nos critérios estabelecidos pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), do Ministério da Educação, que prevê a descentralização dos recursos financeiros para a compra da merenda escolar.


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