1º Encontro Macaé em Fontes Primárias: escravidão, cultura e sociedade

11/10/2007 16:02:25 - Jornalista: Marilene Carvalho

De 29 de outubro a 1º de novembro, o auditório do Paço Municipal abrigará o I Encontro “Macaé em Fontes Primárias: escravidão, cultura e sociedade”. Nos quatro dias do evento, serão apresentados os resultados de uma pesquisa de ponta coordenada pela Secretaria Executiva de Acervo e Patrimônio visando identificar, catalogar e reproduzir através da mídia as fontes históricas sobre o município. O encontro é aberto à comunidade interessada no tema e contará com a presença de renomados palestrantes, como a historiadora brasileira com maior número de livros publicados no Brasil, Mary del Priore.

As inscrições para o I Encontro Macaé em Fontes Primárias estarão abertas a partir de segunda-feira (15), das 9h às 17h, no Solar dos Mellos. A pesquisa que fundamentou o projeto foi desenvolvida pela Semaph em parceria com o programa de Pós Graduação Stricto Sensu da Universidade Salgado de Oliveira – Universo. “O trabalho é uma retomada do levantamento de fontes sobre Macaé, feita pela Fundação Macaé de Cultura, em 2000, intitulado “Projeto Identidade Cultural”, coordenado pelo professor Paulo Knauss (UFF), que deu origem à publicação do Roteiro Documental para a História de Macaé”, ressalta o secretário da Semaph, Ricardo Meirelles.

A primeira fase das atividades do Projeto Macaé em Fontes Primárias foi iniciada em 2006, com a digitalização das fontes eclesiásticas. “Como estas fontes estavam e ainda estão em igrejas e conventos razoavelmente bem guardadas e limpas, o processo de tratamento e fotografia foi rapidamente realizado”, disse a coordenadora da Semaph, Maria da Conceição Franco. Além destes registros paroquiais, foram localizados documentos referentes a algumas irmandades religiosas existentes na região, tais como as Irmandades do Santíssimo Sacramento, de Nossa Senhora do Rosário, de São João Batista, de Santo Antônio e a Confraria de Sant’Ana.

A segunda etapa do projeto abrange os registros judiciários e cartorários. O conjunto documental está dividido em dois segmentos: um de caráter criminal, que trata dos processos criminais produzidos na região; e o segundo refere-se ao âmbito civil, incluindo testamentos e inventários pós morten, execuções fiscais e de dívidas, pedidos de tutorias, e outros. A guarda final deste acervo digital, ou seja, a coleção de CDs Rom estará a cargo da Secretaria de Acervo e Patrimônio Histórico de Macaé e do programa de Mestrado da Universidade Salgado de Oliveira, possibilitando futuras consultas ao material em ambas instituições.

Programação

Abertura – dia 30/10 – 19h às 22h
– Memória e patrimônio na preservação da identidade cultural brasileira – Mary del Priore (PPGH – Universidade Salgado Filho)

Dia 31/10 – 17h às 18h
Coordenação: Ana Lúcia Nunes Penha – professora da Rede Municipal (Uned) e Coordenadora de História da Semed

– A morte conta a vida: os cemitérios como lugares da memória macaense – Maria da Conceição Vilela Franco (Mestranda do PPGH – Universidade Salgado de Oliveira

– A escravidão em Macaé e suas brechas: análise de um processo-crime de 1886 – Maria Ortelia Moraes (Graduação em História – Universo)

– Tráfico e contrabando de escravos no município de Macaé – 1830 a 1860 – Josane Rodrigues Boechat (Mestranda do PPGH – Universidade Salgado de Oliveira)

– Macaé nos séculos XVII e XVIII: ocupação e povoamento – Márcia Amantino (PPGH – Universidade Salgado de Oliveira)

– Macaé em fontes paroquiais – Roberto Guedes Ferreira (Universidade Federal do Rio de Janeiro – Campus Nova Iguaçu)

– Notas sobre a presença e a atuação da igreja católica na Antiga Macaé – Cláudia Rodrigues (PPGH – Universidade Salgado de Oliveira)

– Devoção e hierarquias sociais: irmandades e elite macaense no oitocentos

Dia 1º/11 – 9h às 12h
Mesa redonda: Escravidão e Liberdade
– A escravidão e os quilombos em Macaé no século XIX – Márcia Amantino (PPGH – Universo)

– Liberdade outorgada: limites do abolicionismo em Macaé – Ana Lúcia Nunes Penha – (professora da Rede Municipal (Uned) e coordenadora da Semed)

– Alforrias e Perfilhação na Macaé escravista: novas possibilidades de pesquisa em fontes cartorárias e paroquiais (séculos XVIII e XIX) – Márcio de Souza Soares (Faetec-RJ)