Estão abertas as inscrições para o módulo Literatura e Oralidade Africana e Diaspórica, do curso de pós-graduação Estudos Culturais e Históricos da Diáspora e Civilização Africana. Os interessados em conhecer melhor o tema não precisam ter graduação. Basta ir à Fundação Educacional de Macaé (Funemac), instituição que proporciona os módulos à comunidade – professores ou não – e procurar o setor de pós. A fundação fica na rua Teixeira de Gouveia, 634, Centro.
O início das aulas deste terceiro módulo será no dia 11 de agosto. Para o presidente da Funemac, professor Joelson Tavares Rodrigues, devido à qualidade do ensino, o curso conduz os alunos a uma experiência ímpar no país. “Isso acontece graças às descobertas de novos conhecimentos sobre as raízes histórico-culturais da população afrodescendente”, avalia Joelson.
Segundo a coordenadora auxiliar da pós, professora Sônia Santos, a cidade de Macaé – capital nacional do petróleo – sendo um importante centro econômico, tem grande responsabilidade social. “Como 50% da população macaense são compostos por afrodescendentes, a administração municipal busca resgatar a história e aumentar a auto-estima dessa parcela da população”, enfatiza a professora. Ela diz que dessa maneira se democratiza a cidadania.
Ela lembra também que a condição brasileira de ser um país signatário das convenções da terceira Conferência de Durban (África do Sul), ocorrida em 2001, fez o Brasil tomar diversas providências em prol da igualdade e contra o racismo. É que as nações que se fizeram presentes naquele encontro se dispuseram a combater a discriminação racial e a xenofobia (aversão a estrangeiros) em suas fronteiras.
– Entre as ações afirmativas brasileiras, que tiveram o objetivo de melhorar a vida dos excluídos (índios, negros e ciganos), estão as cotas em áreas como Trabalho, Educação e Saúde e a Lei 10.639 – explica Sônia. Ela acrescenta que a pós-graduação de Estudos Culturais e Históricos da Diáspora e Civilização Africana visa atender as expectativas da Lei – que obriga o ensino da história da cultura daquele continente nas escolas. “Por meio da Funemac, a prefeitura de Macaé oferece este importante curso para o munícipe”, frisa a coordenadora auxiliar.
As aulas – O valor cobrado por aula – que acontece nas manhãs e tardes de sábado – é R$ 50. O módulo que inclui sete aulas custa R$ 350. Até sábado (11), pode-se fazer a inscrição para a aula deste dia, que abordará Literatura Afro-Brasileira, com a escritora Conceição Evaristo – doutora em Literatura Africana pela UFF.
No dia 18, o tema será Literatura Afro-Latina, enfocando as letras em países como Colômbia e os que se localizam no Caribe. A doutoranda em Literatura Brasileira pela UERJ, Fernanda Felisberto, é quem coordenará esse estudo. A literatura em países de língua portuguesa como Angola, Moçambique e Guiné Bissau será assunto tratado nos sábados (25/8 e 01/9), pela professora de Literatura Africana de Língua Portuguesa da Fafima, Sônia Santos.
Já no dia 8/9, o professor Alain Pascal Kaly (pós-doutor em Sociologia pela Unicamp) ministrará aula sobre a literatura de países africanos de língua francesa, como Mali e Senegal. “É muito importante que professores de Literatura de Macaé e região (especialmente os de 2º grau) prestigiem o curso, comenta Sônia”. A coordenação geral da pós é realizada pelo professor Júlio César Tavares (UFF). Outras informações também são obtidas pelo telefone 2772-5036.