Art Luz: 10 anos de serviço à cultura

02/12/2008 10:07:37 - Jornalista: Alexandre Bordalo

São dez anos de vida e muita história para contar. O Programa Art Luz da prefeitura de Macaé, completou em 2008 uma década de serviço à arte, à cultura e ao esporte, beneficiando as comunidades e promovendo a inclusão social na periferia de Macaé. Cerca de duas mil crianças, adolescentes e mulheres têm aulas no programa.

As mulheres têm atividades de ginástica e as crianças e adolescentes são alunas de jazz, caratê, canto, pintura em tela, capoeira, balé entre muitas outras. Uma das referências mais significativas do programa é a Cia Art Luz de Dança e Teatro que foi criada em julho de 2005 e busca aperfeiçoar-se ainda mais.

O papel da Cia Art Luz de Dança e Teatro é incentivar os alunos que têm talento para ingressar no mundo artístico. A Cia conta hoje com 17 alunos: dez deles disseminam a cultura Hip Hop em suas comunidades, na condição de monitores, levando essa arte a cerca de 500 crianças e adolescentes.

Os monitores começaram como alunos nos núcleos, e agora retornam aos pólos como professores, mas sob a orientação dos coreógrafos e professores de dança Alessandra Gripp e Sandro Fernandes. Eles são da Fronteira, Parque Aeroporto, Nova Holanda e Aroeira.

Dentre as dezenas de coreografias desenvolvidas na Cia Art Luz de Dança e Teatro, Alessandra Gripp cita “Todo Bobo”, campeã no 26º Festival de Dança de Joinville, realizado em julho deste ano na cidade catarinense, além de “Deslembrar” e “Cinderela”. “Todo Bobo” conta a história de uma pessoa que se sentia feliz porque no mundo há alguém que a ama. A coreógrafa se inspirou na música “Telegrama” de Zeca Baleiro. Três jovens são os bailarinos dessa coreografia, cuja categoria é o trio contemporâneo avançado, e tem a duração de três minutos.

Dezessete bailarinos compõem a coreografia “Deslembrar”, que enfoca a dor do ser humano, dia-a-dia superada pelas pessoas. Tudo isso, é dançado e interpretado por eles ao som de Maria Rita, juntamente com canções do Circo du Soleil (circo do sol), durante sete minutos. Já “Cinderela” retrata a história da bela preferida pelo príncipe de acordo com a visão de Alessandra Gripp e dos 17 bailarinos. Tem base no jazz e é uma colagem musical.

Alessandra Gripp frisa ainda que todas as suas coreografias têm a integração entre dança e teatro. O aspecto cênico é desenvolvido pela professora de teatro Cláudia Bispo. “Descobrimos uma identidade própria, uma maneira única de dançar. Hoje, a base da nossa dança contemporânea encontra-se com os fundamentos e alicerces do Hip Hop”, pontua a coreógrafa.

Ela também acrescenta que o encontro com esta característica da Cia Art Luz de Dança e Teatro se deve ao professor de dança de rua Sandro Fernandes, que de acordo com Alessandra faz um trabalho notável nos bairros periféricos de Macaé, desde que o Programa Art Luz começou, em 1998.

- Os alunos da Cia Art Luz já eram aprendizes de Hip Hop. Aproveitei esta influência, sem fazer rupturas, porém incentivando-os e desenvolvendo seus talentos individuais e coletivos como bailarinos de Hip Hop. Resultado: o clima, a base, o jeito de dançar são alicerçados na realidade e no movimento corporal de cada um – explica Alessandra.

A Cia Art Luz de Dança e Teatro conta também com aulas de ginástica natural, com o professor Maurício, alongamento e jazz, com a professora Kátia Alves. “Essas atividades são fundamentais para o desenvolvimento dos bailarinos”, conclui Alessandra.