Art Luz: dez anos de sonho

05/12/2008 16:45:43 - Jornalista: Alexandre Bordalo

“Espero que Macaé não deixe de sonhar”. Com essas palavras a diretora geral
do Programa Art Luz, Ângela Terra, referiu-se aos alunos que, segundo ela,
devem seguir o exemplo do pastor americano Martin Luther King, que disse em
sua mais conhecida frase: “Eu tenho um sonho”.

Ele quis eliminar as desigualdades existentes na década de 60 nos EUA, mas
os jovens macaenses teriam a chance de visualizar a felicidade promovida por
bases sólidas da cultura, da arte e do esporte. Ângela Terra explicou a
respeito do Programa Art Luz em seus dez anos de existência.

Secom - Além das aulas tradicionais de dança, jazz, hip hop e balé, o Art
Luz também é constituído por aulas esportivas, como karatê e jiu-jitsu, e
artes plásticas como pintura em tela, além de canto e outras. Como foi que o
programa começou?
Ângela – O Art Luz começou há dez anos com aulas de dança e capoeira. Hoje,
temos cerca de dois mil alunos entre crianças, adolescentes e mulheres. No
início de tudo, fui à Bahia onde conheci o projeto cultural Axé.

Secom – O programa promove a inclusão social e a elevação da auto-estima.
Quais são seus pensamentos sobre isso?
Ângela – O desenvolvimento e o crescimento da dignidade humana também são
conquistas do programa. Existe uma busca de um mundo novo, mais consciente.
Na Bahia, pude ver a força da arte na construção da cidadania e isso está
acontecendo em Macaé.

Secom – O que ocorreu em Macaé há dez anos, quando tudo estava no começo?
Ângela – A primeira reunião ocorreu no bairro Fronteira, quando 30 mães
presentes foram as verdadeiras fundadoras do antigo projeto Art Luz. Na
ocasião, o atual secretário de cultura, esporte e turismo, Ricardo
Meirelles, era o presidente da Fundação Macaé de Cultura e eu era
superintendente de vertentes culturais.

Secom – Quais são os projetos para o futuro do programa de inclusão social?
Ângela – Estamos pensando em aprofundar o Art Luz no sentido de trabalhar
com conceitos e conteúdos de cidadania, por meio de palestras, vídeos,
debates, seminários e pesquisas. Tudo isso com a meta de levar aos alunos a
refletirem acerca da existência e sua finalidade.

Secom – Quais seriam os primeiros passos para isso?
Ângela – Queremos abrir as portas do programa em 2009 para um ciclo de
palestras a alunos e professores interessados em discutir os movimentos
artístico-culturais em nosso município.

Secom – Qual peculiaridade do Art Luz mais tem lhe chamado a atenção?
Ângela - Na aula de pintura em tela todos são atendidos sem exclusão. Por
exemplo, há alunos portadores de deficiência que têm se sobressaído
significativamente.

Secom – E como anda o corpo docente do Art Luz?
Ângela – Nossa equipe de professores é um orgulho para a coordenação do
programa e para a administração municipal. São mestres sensíveis, capazes,
que procuram dar esperança aos seus alunos para olhar conscientemente para o
futuro.

Secom – Uma das mães presentes na primeira reunião, a dona de casa Mariana
de Souza (53), lembrou que não tinha dinheiro para pagar as aulas de jazz de
sua filha, então com onze anos. Mas o programa era gratuito e isso a
confortou.
Ângela – É verdade. Inclusive ela me contou na época que sua filha havia
melhorado nos estudos e que graças ao Art Luz isso pôde acontecer. O
programa é responsável por melhorias na vida de inúmeras famílias.