Art Luz: grafiteiro macaense foi convidado para Mostra em Joinville

03/07/2009 14:06:17 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Foto: Divulgação

Ric vai representar o grafite de Macaé em Joinville

“Cada dia que passa, tento me superar em busca de evolução artística e na condição de cidadão, por meio do grafite”. Assim, o jovem macaense Luiz Henrique de Azevedo Silva, 25 anos, o Ric, definiu sua relação com a arte de pintar palavras, frases ou desenhos em muros, painéis e paredes, com o objetivo de transmitir mensagens culturais, comportamentais ou políticas.

Ele foi convidado a participar da quarta mostra brasileira de grafite, que acontece na cidade de Joinville (SC), nos dias 18 e 19 deste mês. Lá, outros 15 grafiteiros de São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal e Rio de Janeiro, além de Santa Catarina, também mostrarão suas habilidades artísticas. Essa mostra ocorrerá em prédio anexo ao Centro de Eventos Cau Hanssen, onde durante toda aquela semana será realizada a parte competitiva do 27º Festival de Dança de Joinville.

- Leciono grafite no Programa Art Luz da prefeitura de Macaé desde o início do ano. Tenho cerca de 50 alunos com idades entre oito e 22 anos. Minhas aulas ocorrem no Parque Aeroporto e na Fronteira. Em Joinville, pretendo fazer trabalhos com spray mostrando e enaltecendo a natureza macaense, em que serão retratadas nossas cachoeiras, ilhas e montanhas, pontua Ric.

Segundo a diretora geral do Programa Art Luz, professora Ângela Terra, o jovem de Macaé será bem representado nos eventos no Sul do país, tanto pelos bailarinos do Programa, quanto pelo grafiteiro Ric.

- Todas as formas e maneiras de expressão artística e cultural produzem um bem substancial para a alma e para a mente das pessoas. Nosso programa promove o desenvolvimento do potencial e da vocação criativa de nossa juventude, especialmente, os membros de famílias sem condições financeiras para bancar aulas de balé, jazz, jiu-jitsu, pintura em tela e outras atividades culturais, justifica ela.

Ric garante que por meio do ato de grafitar, seus alunos desenvolvem a criatividade e a sensibilidade, além de haver preenchimento de modo significativo da mente, que segundo ele, livra da ociosidade e de malefícios, que são contrários à uma vida harmônica e construtiva. “Além do mais, trabalhar com grafite pode servir para promover a geração de renda, fato muito importante, na minha opinião”, aponta ele.

Ele conta ainda que seu estilo é o do fotorealismo, quando imprime desenhos coloridos baseados e alicerçados em registros fotográficos. Ric explica que também há no âmbito do grafite os estilos que enfatizam as letras, os que ressaltam personagens animados e outros. “No evento no estado de Santa Catarina, no meio deste mês de julho, escolherei as fotos para utilizar em minha arte”, realça.
No ano passado, Ric foi indicado pelos principais artistas brasileiros, entre eles Binho Ribeiro, editor da Revista Documento Grafite, como um dos oito melhores grafiteiros do país. Os escolhidos têm em comum o fato de pintarem e grafitarem as ruas, os muros das cidades. Esta escolha refere-se ao prêmio Hutuz, devidamente vencido pelo grafiteiro Vespa (SP). Neste evento, Ric competiu com um auto-retrato.

Ric aprendeu a grafitar na condição de autodidata. Desde o ano 2000, ele trabalha com grafite. Para a mostra em Joinville, o jovem macaense foi convidado pelos curadores catarinenses Flávio Trampos e pelo artista conhecido nacionalmente como “Iceman”. A produção do festival está oferecendo o custeio da viagem.