Art Luz quer vencer outra vez em Joinville

13/07/2009 12:06:56 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Foto: Arquivo Secom

Grupo viaja nesta quarta-feira para Santa Catarina

A coordenadora geral do Programa Art Luz, da Fundação Macaé de Cultura, Ângela Terra, está animada com a presença da Cia Art Luz de Dança e Teatro no maior festival de dança do mundo, o 27º Festival de Dança de Joinville, que começa nesta quarta-feira (15) e segue até dia 25.

Da mesma forma que em 2008 - quando o programa venceu na categoria Trio Contemporâneo Avançado, com a coreografia “Todo Bobo”, de Alessandra Gripp - desta vez o estímulo e a determinação para competir defendendo Macaé, são os mesmos.

- Nós do programa, que inclui bailarinos de classes sociais mais vulneráveis e que promove a inclusão social na nossa cidade, iremos disputar com academias particulares de todo o país. Num processo similar ao fato bíblico de Davi contra Golias. As coreografias “Telma” e “Cinderela” disputam a Mostra Competitiva, enquanto que nas coreografias “Um Tanto de Coragem” e “Estação 171 – Parada Radical participam do Palco Aberto – conta ela.

Ângela acrescenta que além da dança, o Programa Art Luz também tem diversas atividades culturais, artísticas e esportivas, disseminando bem estar, oriundo da arte, para cerca de duas mil pessoas, entre crianças, jovens e mulheres (que têm aulas de ginástica), moradores da periferia.

Ela responde a diversas questões sobre o programa, que ajudou a criar há 11 anos.

Secom - Além das aulas tradicionais de dança, jazz, hip hop e balé, o Art Luz, que tem atividades em oito núcleos no município - [Morro de Santana, Fronteira, Aroeira, Malvinas, Sana, Parque Aeroporto, Morro de São Jorge e Nova Holanda - também é constituído por aulas esportivas, como caratê e jiu-jítsu, e artes plásticas, como pintura em tela, além de canto e outras. Como foi que o programa começou?
Ângela – O Art Luz começou há 11 anos com aulas de dança e capoeira. Hoje, temos cerca de dois mil alunos entre crianças, adolescentes e mulheres. Atualmente, o programa da prefeitura oferece aulas das mais variadas vertentes culturais como sapateado (Sana) ou percussão e grafite (Malvinas). No início de tudo, fui à Bahia onde conheci o projeto cultural Axé.

Secom – O programa promove a inclusão social e a elevação da auto-estima. Vidas têm sido modificadas, inúmeros adolescentes e jovens são motivados a ocupar seus pensamentos e suas mentes com conceitos culturais e artísticos. Quais são seus pensamentos sobre isso?
Ângela – O desenvolvimento e o crescimento da dignidade humana também são conquistas do programa. Existe uma busca de um mundo novo, mais consciente. Na Bahia, pude ver a força da arte na construção da cidadania e isso está acontecendo em Macaé.

Secom – O que ocorreu em Macaé há onze anos, quando tudo estava no começo?
Ângela – A primeira reunião ocorreu no bairro Fronteira, quando 30 mães presentes foram as verdadeiras fundadoras do antigo projeto Art Luz. Na ocasião, o atual secretário de cultura, esporte e turismo, Ricardo Meirelles, era o presidente da Fundação Macaé de Cultura e eu era
superintendente de vertentes culturais.

Secom – Quais são os projetos para o futuro do programa de inclusão social?
Ângela – Estamos pensando em aprofundar o Art Luz no sentido de trabalhar com conceitos e conteúdos de cidadania, por meio de palestras, vídeos, debates, seminários e pesquisas. Tudo isso com a meta de levar aos alunos a refletirem acerca da existência e sua finalidade.

Secom – Quais seriam os primeiros passos para isso?
Ângela – Queremos abrir as portas do programa para um ciclo de palestras a alunos e professores interessados em discutir os movimentos artístico-culturais em nosso município.

Secom – Qual peculiaridade do Art Luz mais tem lhe chamado a atenção?
Ângela - Na aula de pintura em tela todos são atendidos sem exclusão. Por exemplo, há alunos portadores de deficiência que têm se sobressaído significativamente.

Secom – E como anda o corpo docente do Art Luz?
Ângela – Nossa equipe de professores é um orgulho para a coordenação do programa e para a administração municipal. São mestres sensíveis, capazes, que procuram dar esperança aos seus alunos para olhar conscientemente para o futuro.

Secom – Uma das mães presentes na primeira reunião, a dona de casa Mariana de Souza (53), lembrou que não tinha dinheiro para pagar as aulas de jazz de sua filha, então com onze anos. Mas o programa era gratuito e isso a confortou.
Ângela – É verdade. Inclusive ela me contou na época que sua filha havia melhorado nos estudos e que graças ao Art Luz isso pôde acontecer. O programa é responsável por melhorias na vida de inúmeras famílias.

Audio

Entrevistado: Ângela Terra Diretora do Programa Art Luz
Reporter: Eraldo Manhães