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Curso obedece a critérios do Ministério da Saúde
Terminou nesta sexta-feira (29) o curso de Atualização em Hanseníase -Diagnóstico e Tratamento, que teve como objetivo capacitar profissionais da rede municipal de saúde para a ação preventiva da doença, que afeta os nervos e a pele provocando sérios danos.
O curso ocorreu durante toda a semana na Cidade Universitária de Macaé e reuniu técnicos de enfermagem do Programa Saúde da Família, agentes comunitários de saúde, além de médicos, enfermeiros, dentistas e fisioterapeutas do Centro de Reabilitação da Secretaria Municipal de Saúde. Segundo os realizadores do encontro, o resultado superou as expectativas uma vez que todos os profissionais puderam se aperfeiçoar sobre a doença.
O curso atendeu à medida do Ministério da Saúde que busca a diminuição de registros da doença em todo o país. O seminário ajudou a integrar ainda mais as secretarias de Educação e Saúde. “Quando as ações são unificadas, conseguimos atingir todas as classes e setores. A questão da Hanseníase também é uma ação educacional por isso o papel da secretaria nessa iniciativa”, disse a secretária de Educação e vice-prefeita Marilena Garcia.
O coordenador médico do Programa de Dermatologia Sanitária, Cláudio Guimarães, traçou um painel da doença e sua incidência no país. Ele ressaltou a importância dos agentes de saúde na detecção correta dos sintomas da Hanseníase e seu encaminhamento ao profissional responsável.
Para ele, a iniciativa do curso em Macaé vai de encontro às metas do Ministério da Saúde de descentralizar as informações a cerca da doença e sua identificação, a fim de diminuir a incidência de casos. “Dessa forma o profissional da região Serrana terá a mesma capacitação para identificar os sintomas da doença que o agente do centro da cidade”, disse ele.
Apesar de Macaé não possuir registros significativos de casos de hanseníase, o país ainda apresenta altos índices da doença. Atualmente, o Brasil é o primeiro no mundo em prevalência da doença, com 21,94 casos a cada 100 mil habitantes. Em segundo lugar aparece o Nepal: o país está próximo dos 10 casos a cada 100 mil pessoas.
A hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo bacilo Mycobacterium leprae. É transmitida pelo ar, e a contaminação se faz por via respiratória, pelas secreções nasais ou pela saliva, porém, é pouco provável a cada contato. O grande período de incubação explica o fato de a doença se desenvolver mais comumente em adultos, apesar de que crianças também podem ser contaminadas (grande número de hanseníase em crianças denuncia um alto índice da doença em uma região). Nem toda pessoa exposta ao bacilo desenvolve a doença, devido a múltiplos fatores, incluindo a genética individual. Pessoas que já foram tratadas não transmitem mais a hanseníase.
Entre os sintomas estão: a incapacidade de diferenciar frio e quente no local afetado; a diminuição da sensação de dor no local; e na maioria dos casos aparecem manchas de coloração mais clara que a pele ao redor, podendo ser discretamente avermelhada, com alteração de sensibilidade à temperatura, e, eventualmente, diminuição da sudorese sobre a mancha (anidrose).