Captação de órgãos no HPM começa na terça-feira

15/10/2007 11:11:08 - Jornalista: Leonardo Cosendey

Está em fase de finalização a formação da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do Hospital Público de Macaé (HPM). Na próxima terça-feira (16), ela já estará em contato direto com a Rio Transplantes, em busca de possíveis doadores de órgãos que dêem entrada no hospital. A formação da comissão atende ao Ministério da Saúde, que determinou que hospitais que possuam mais de 80 leitos, como é o caso do HPM, disponibilize profissionais empenhados na captação de órgãos e tecidos para transplantes.

Durante confraternização oferecida aos novos funcionários da instituição na manhã de quinta-feira (11), a chefe do departamento de Psicologia do hospital, Maria do Carmo Malatesta, lembrou a importância da comissão e da participação de todos os funcionários para que seu trabalho seja realizado apropriadamente: “Por ser um processo que requer muitos cuidados, é preciso que todos, do porteiro ao médico, estejam envolvidos. Por termos mais de 80 leitos, somos obrigados a captar órgãos para transplantes; mas deveríamos todos, por amor, nos engajar neste ato”.

Envolvimento – O espírito de equipe foi lembrado também pelo diretor-superintendente do HPM, Aluízio dos Santos Júnior. Durante o evento, ele mencionou a complexidade da organização de um hospital: “Dentro dele há quatro mundos diferentes: o dos médicos, o da enfermagem, o da administração e o dos pacientes. Nem sempre eles se entendem, por envolverem saberes e áreas diversos, mas é necessário que funcionem como um só”, disse, acrescentando que zelar pela saúde é dever de todos. “Cada um tem que se preocupar com a saúde do outro. Não há como fazer um hospital do porte do HPM funcionar sem essa preocupação. É verdade que não somos culpados por todas as mortes que acontecem, mas podemos evitar muitas delas”, completou.

Para ilustrar o que dizia, Santos apresentou estatísticas, obtidas num estudo recente, que demonstrava que cerca de 100 mil pessoas morrem anualmente vítimas de eventos adversos ocorridos em hospitais apenas nos EUA e Europa. “As principais causas dessas mortes são, em ordem, erros medicamentosos, infecções e complicações cirúrgicas. A grande maioria delas é evitável. É preciso sempre ter em mente o risco de se estar num hospital, principalmente para os pacientes”, apontou.

Uma das possíveis soluções, segundo Maurício Gonçalves, coordenador do Setor de Tratamento Intensivo (STI) do HPM, é a padronização do atendimento: “É preciso haver uma sistematização para a diminuição do erro. Nos EUA, por exemplo, a principal causa de reação a transfusões é quando se usa o tipo errado de sangue. Não podemos deixar que o mesmo aconteça aqui”, afirmou.