Casal recusa acolhimento da Prefeitura

09/03/2009 14:47:28 - Jornalista: Lourdes Acosta

Após ser recolhido pela prefeitura de Macaé, através da Secretaria de Assistência Social (Semuas) e encaminhado para o Abrigo Municipal - a Pousada da Cidadania, instalada no Barreto - um casal preferiu voltar paras as ruas de Macaé. A ação da equipe multidisciplinar da Secretaria faz parte do projeto que visa tirar das ruas as pessoas que vivem em situação de risco social.

O casal já havia sido levado para a Pousada da Cidadania outras vezes. No local, os dois receberam atendimento médico, psicológico, alimentação, acolhimento e outras ações para sua reabilitação cidadã. Mesmo assim, marido e mulher decidiram retornar às ruas para viver da mendicância e se fixaram numa caixa de papelão, na Praia Campista, próximo a um grande posto de gasolina.

Segundo o secretário de Assistência Social, Júlio César de Barros com a recusa do casal em não querer residir na Pousada da Cidadania, foi proposto à mulher - grávida de oito meses - acompanhamento com médico obstetra e o transporte para levá-la ao posto de saúde.

- Ela não aceitou por motivos particulares, mas, revelou que tem moradia fixa e que sua casa fica ao lado da Pousada, no Barreto, e que, no entanto, não volta para lá porque sua mãe não sabe da sua gravidez. Por isso, já estamos tomando as todas as medidas cabíveis que o caso requer, inclusive fazendo um levantamento dos nomes, idades e documentos do casal e encaminhando relatório ao Ministério Público para as providências legais, comentou.

Pousada da Cidadania – A Pousada é considerada como um Abrigo Municipal para as pessoas que vivem nas ruas e que muitas vezes não têm vínculo familiar e comunitário, que estão fragilizados e sem nenhuma referência de moradia regular. A equipe de assistência social, da Semuas é responsável pela abordagem, triagem, encaminhamento e acompanhamento dos trabalhos, contando com a atuação da equipe multidisciplinar composta por coordenador, assistente social, motorista, psicólogo, pedagogo, médico, monitor, auxiliar administrativo, técnico de enfermagem, além de cuidador, vigia e enfermeiro em regime de 24 horas de plantão.

- As pessoas não devem ver o Abrigo Municipal como uma prisão, mas como um setor de auto-ajuda, pois todos têm o direito de ir e vir, portanto, se não for da vontade delas permanecerem, elas podem sair a qualquer momento, disse o secretário.

Encaminhamentos – Atualmente a Pousada conta com quase 50 moradores e tem um plano individualizado de trabalho que considera situações como vínculos familiares, comunitários e profissionais; doenças físicas, comportamentais e mentais; vícios e necessidades de capacitação profissional. Desse total, oito pessoas residentes já foram encaminhadas para emprego (seis na empresa de limpeza Limpatec, duas na Coca-cola) e uma sendo encaminhada para a Incubadora de Coopperativa para colocação.

De acordo com o secretário, 68 pessoas já foram recambiadas para sua cidade de origem. Dentre elas a antiga moradora das ruas de Macaé, Alessandra – mais conhecida como Xuxa - que já se encontra em Cachoeiros de Itapemirim, sua cidade natal.