CIEE inaugura unidade em Macaé

10/04/2008 17:23:02 - Jornalista: Cesar Dussac

O Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) inaugurou, às 18h, de quarta-feira (9), a nova unidade em Macaé, localizada na Rua Visconde de Quissamã, 242, loja 01, Centro. O prefeito Riverton Mussi foi representado pelo secretário executivo de Gestão, Edmilson Jório. O secretário de Trabalho e Renda, Robério Fernandes, foi representado pela assessora Dilma Negreiros. O presidente do CIEE-RJ, Arnaldo Niskier, trouxe em sua comitiva o vice-presidente nacional e presidente da instituição em São Paulo, Luiz Gonzaga Bertelli, e o superintendente para o estado do Rio de Janeiro, Paulo Pimenta.

Edmilson Jório falou da conscientização do prefeito sobre a necessidade da parceria da prefeitura, por intermédio da Semtre, com o CIEE. “O prefeito Riverton Mussi sabe da necessidade e importância desta parceria com o CIEE, organismo com alta credibilidade no âmbito empresarial e na área da educação em nosso país”, afirmou. Jório também falou de sua experiência quanto à empregabilidade de jovens.

- Quando comandei o Forte Marechal Hermes, cheguei a qualificar jovens prestes a dar baixa do Exército, para encaminhá-los ao mercado de trabalho. Logo descobri que a tarefa era difícil, embora tivesse promovido o relacionamento sócio-emocional dos jovens com algumas empresas. Mas, não era o suficiente para sua inserção no mercado de trabalho. Por isso, enxergamos – prefeito e secretários - a necessidade desta parceria com o CIEE, órgão competente para executar a política de emprego junto ao empresariado – declarou.

Dilma Negreiros falou da expectativa da Semtre quanto à parceria com o CIEE. “Esperamos que os jovens de Macaé, principalmente os cadastrados no banco de dados da secretaria, se beneficiem da parceria com o CIEE, devido à credibilidade do órgão conquistada ao longo de mais de 40 anos de experiência na inserção de formandos e estagiários no mercado de trabalho. Em contrapartida, esperamos que as empresas cadastradas na Semtre, que buscam mão de obra mais qualificada, possam usufruir desta parceria, inserindo no mundo do trabalho o maior número de jovens inscritos em programas como o de Primeiro Emprego, em parceria com a Petrobras, o Sem Fronteiras e outros programas da prefeitura”, observou Dilma.

O secretário executivo de Marketing e Relações Públicas, Décio Braga, falou da atuação de sua pasta diante da parceria Semtre/CIEE. “Mantemos relações com a Semtre e o CIEE, com o objetivo de criar condições para o estágio dos jovens nas empresas, identificando e removendo os obstáculos que se interponham ao seu treinamento. Nosso papel é fortalecer o relacionamento prefeitura/CIEE e demais instituições”, concluiu Décio.

Arnaldo Niskier disse que a ampliação da presença do CIEE em Macaé se faz necessária em função do crescimento expressivo da cidade nos últimos anos, na produção do petróleo, além do crescimento populacional, o que justifica uma presença maior do CIEE com seus projetos de recursos humanos para serem desenvolvidos na região.

- Trabalhamos com perspectivas extraordinárias de crescimento da mão de obra dos jovens de 14 a 24 anos incompletos, que esperam as chances do primeiro emprego, primeiro salário, primeira relação com o mundo de sua profissão futura. O CIEE realiza um trabalho patriótico. É um esforço patriótico, trabalho que não pode passar desapercebido da sociedade. Fico muito feliz, por constatar o crescimento de Macaé, que já se pode sentir na chegada à cidade. E vai crescer mais, e precisar, cada vez mais, da educação, vaticinou.

Niskier colocou o CIEE/RJ à disposição da prefeitura e empresários. “Contem sempre com nosso know-how. No Rio de Janeiro, colocamos mais de 25 mil estagiários. Há um crescimento que, até o fim do ano, chegará aos 30 mil, para nós, ponto de equilíbrio. De nossa parte, de nossa equipe, haverá, sempre, o denodo de servir ao nosso estado, ao nosso país. Agradecemos ao prefeito Riverton Mussi o acolhimento”, concluiu o presidente.

Luiz Gonzaga Bertelli criticou a atual situação da educação no Brasil e observou que devem ser dadas chances ao jovem mais carente, aquele cujo pai não é empresário, que não pode pagar bons colégios para preparar o ingresso do filho na universidade. Ele frisou que há um paradoxo no país: o estudante pobre não tem acesso à universidade pública, que ocupa 10% do mercado, e só quem tem recursos pode se preparar para esse vestibular. O acesso à universidade privada, que detém 90% do mercado, também é negado ao jovem mais carente, pelos altos preços que cobra. Segundo ele, a contribuição do CIEE/SP com o CIEE/RJ consiste em transmitir a algumas unidades programas que envolvem desenvolvimento tecnológico.

_ Todos os dias, pensamos em como ajudar o jovem carente a crescer num mercado globalizado que, constantemente, apresenta novas exigências. Não temos ajuda do poder público. Em nossas 310 unidades, 200 mil jovens aguardam nos bancos de dados. O carro chefe do CIEE é o estágio. Temos aproximadamente 500 mil jovens bolsistas. A bolsa de R$ 600 ajuda muito o jovem e sua família. No primeiro projeto, o do estágio, não há obrigatoriedade da empresa contratar o jovem. No segundo grande projeto – o do Aprendiz Legal - a empresa tem que contratar o jovem aprendiz, segundo o número de seus colaboradores. Estamos transferindo a melhor tecnologia, informática, treinamento pessoal. De modo geral, as empresas têm colaborado, embora não seja ainda na proporção necessária. Daí, iniciativas como essa: convidar o empresário a investir no jovem. Investir no jovem, é investir no futuro do país”, concluiu Bertelli.

Paulo Pimenta elogiou a iniciativa do tenente-coronel Edmilson Jório, quando comandante do Forte, de pensar a qualificação dos soldados, e falou sobre a dinâmica do trabalho do CIEE.

- Aplicamos profissionalmente a idéia do Jório, junto ao empresariado, devido ao nosso conhecimento do mundo empresarial, acumulado em 44 anos de existência do CIEE. Um grupo de pessoas vai às empresas buscar as vagas, enquanto outro grupo vai recrutar os jovens nas escolas. Os recrutados vão para o CIEE, onde recebem aulas de informática, língua portuguesa e cálculos, e outros conhecimentos ligados à área profissional – Programa Jovem Aprendiz (14 a 24 anos incompletos), um dia na semana. Nos outros dias, o jovem vai para a empresa, onde aprende o ofício. Temos 650 jovens neste projeto no estado do Rio, explicou Pimenta.

Jorge Alberto Alves Bezerra é o coordenador do Programa Petrobras Jovem Aprendiz (PPJA). ‘Na primeira etapa, durante seis meses, focamos o protagonismo do jovem, trabalhamos a ética, mostrando a eles uma visão mais humanizada – o que o jovem representa para a comunidade, o bairro, para a sociedade em geral. A segunda etapa é no Serviço Nacional da Indústria (SENAI) com a duração de até 12 meses. Posteriormente, vem a vivência profissional, em torno de seis meses, num total de dois anos.

- O programa existe em função da lei 10.097, de dezembro de 2000, que obriga as empresas de médio e grande porte a contratar de 5% a 15% do seu efetivo. A Petrobras optou por 15% - 650 jovens, assim distribuídos: 80 (RO), 220 (Macaé), 270 (Campos), 40 (São João da Barra) e 40 (São Francisco do Itabapoana). Hoje, a maior parte desses jovens se encontra na vivência profissional. A Petrobras incluiu 59 jovens, e empresas como a Cooper Cameron, Alphatec, IESA, Gevin e mais 45 outras absorveram nossos jovens, concluiu Bezerra.