Classe artística apresentará propostas na I Conferência Municipal de Cultura

26/05/2008 16:51:16 - Jornalista: Andréa Lisbôa

Após uma hora e meia de discussão, durante a Pré-Conferência Municipal de Cultura, realizada no dia 17, no Colégio Estadual Luiz Reid, integrantes dos grupos: circo, dança, literatura, artesanato, artes plásticas, patrimônio histórico, audiovisual, afro, teatro e música elaboraram propostas para serem debatidas e votadas na I Conferência Municipal de Cultura, que acontecerá na quinta-feira (29) e sexta (30), no Teatro Municipal de Macaé.

Todo cidadão maior de 16 anos poderá participar do evento, que será presidida pela presidente da Fundação Macaé de Cultura, Conceição de Maria Rosa. O credenciamento será feito no local, na quinta-feira, das 8h30 até o início da leitura do regimento interno. A programação irá até 19h. Na sexta-feira, as atividades acontecerão das 9h às 17h.

Para uma platéia, que lotou o auditório Joaquim Murteira, formada, em sua maioria, por membros da classe artística, os representantes dos dez grupos apresentaram sugestões para serem debatidas durante a conferência sobre os cinco eixos temáticos definidos como prioritários na I Conferência Nacional de Cultura: I-Gestão Pública da Cultura; II- Cultura é Direito e Cidadania; III- Economia da Cultura; IV- Patrimônio Cultural e V- Comunicação é Cultura. Foram 244 credenciados para participarem dos grupos da pré-conferência.

Espaço para o debate democrático

Aldebaram Bastos, representando o segmento do audiovisual, com 0,81% do total de vertentes, considerou que, apesar da produção audiovisual ser a tendência mercadológica do futuro, ainda não há uma discussão nessa área no município. O setor sugeriu: investimento em conhecimento técnico e pesquisa; busca de parcerias com instituições de ensino superior; verbas específicas para essa vertente; criação de projeto em bairros periféricos para a produção de curtas e a criação do I Festival de Curtas de Macaé.

Rositânea dos Santos Cerutti, a relatora do grupo do artesanato (17,62%), destacou a necessidade de estimular o consumo pelos munícipes dos produtos artesanais macaenses. Foi sugerida, ainda, a criação da casa do artesão; a instalação de quiosques de artesanato e de comidas típicas em pontos do município; a criação do selo do artesão e de um catálogo de divulgação de produtos. Também foi proposta a comemoração do Dia do Artesão, 19 de março.

O segmento das artes plásticas (8,60%) recomendou a criação de um espaço para exposições de quadros, esculturas e estruturas da arte contemporânea; workshops, oficinas e palestras. O representante, Áureo Guilherme, indicou a sede da Estação Ferroviária, o Hotel Belas Artes ou a Câmara de Vereadores. “Precisamos também trabalhar com as escolas, valorizar o ensino da arte e, principalmente, o estudo da obra de artistas locais”, disse.
A relatora do segmento circo (5,73%), Fabiana Nascimento, explanou sobre a necessidade da criação de uma Escola Municipal de Circo para atendimento dos alunos da rede pública, em parceria com a iniciativa privada. Gerson Dudus, representando a literatura (6,55%), indicou a criação de um grupo de discussão e ação permanente para a área. Propôs, ainda, a elaboração de um calendário de atividades, interligado com outras artes. Além disso, o grupo recomendou a implementação de tendas culturais; criação de novas bibliotecas; produção de oficinas de literatura; formação de agentes culturais; produção de uma revista de cultura e desenvolvimento de ações intermunicipais.

O segmento da dança (9,42%), representado por Vânia Tolipan, apontou para a criação da Semana Municipal da Cultura, abrangendo todas as vertentes, e de curso de dança na Escola Municipal de Artes Maria José Guedes. O grupo propôs que o Teatro Municipal de Macaé priorize os eventos da classe artística macaense.

O grupo mais participativo, o de música, com 22,54%, representado por Marcos Outeiro, indicou aulas de músicas nas escolas públicas municipais de período integral, em cooperação com a Escola Municipal de Artes e com as bandas centenárias de Macaé. Propôs também a criação do selo municipal de música; a obrigatoriedade de participação de músicos locais em eventos realizados com recursos públicos; a criação do acervo municipal da imagem e do som e do Prêmio de Cultura Musical.

O segmento do teatro (21,31%), coordenado por Gilberto Alves, destacou a importância da elaboração do Plano Municipal de Cultura para inclusão no orçamento do próximo ano e de um plano de comunicação em cultura. Ainda sugeriu a formação de centros populares de cultura. O grupo reivindicou também que 70% da verba destinada à cultura sejam investidos em produções locais.

O patrimônio histórico (4,5%) foi representado por Rubem Pereira. O grupo indicou: o ensino programático do conteúdo relativo ao patrimônio material e imaterial do município nas escolas da rede municipal; a divulgação de pesquisas na área; a criação de apresentações, pelas diversas vertentes culturais, que abranjam o patrimônio cultural da cidade e, ainda, a criação do Calendário Municipal de Cultura. “Apontamos também para a isenção de tributos para empresas que queiram adotar bens culturais patrimoniais para preservação”, ressaltou Rubem. A vertente afro (3,68%), representada por Manuel da Cruz Vieira, o Mestre Dengo, defendeu a criação de um espaço para o estudo e pesquisa da cultura Afro.