Cresce participação de Macaé no cenário econômico nacional

11/06/2013 18:00:00 - Jornalista: Janira Braga

Foto: Juranir Badaró

A terceira maior feira de petróleo do mundo acontece no município.

Responsável por 12% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, o petróleo protagoniza em Macaé o terceiro maior evento do setor do mundo: a Brasil Offshore, aberta pelo prefeito Dr. Aluízio na tarde desta terça-feira (11). Com a perspectiva de aceleração do setor confirmada pelo superintendente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Alfredo Renault, pelo diretor geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Eloi Fernández y Fernández, pelo governo do Estado e a Petrobras, Macaé ganha destaque por ser a sede das atividades offshore da Bacia de Campos, área responsável pela produção de cerca de 80% do montante do óleo brasileiro.

No Estado do Rio, o setor de petróleo e gás e o offshore respondem por 50% da economia. “Esse setor que tem 50% da economia do Rio, tem em Macaé aproximadamente 80% da produção, o que torna o município um segmento da economia fluminense absolutamente importante”, atesta o diretor da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin), Alexandre Gurgel.

A instalação da primeira fábrica a produzir componentes da indústria do petróleo em Macaé - a Trelleborg Brasil – e a vinda da GE-Wellstream são apontadas como prosperidade para abrir caminho para a expansão de setores da cadeia de suprimentos.

O município ocupa lugar de relevância nos 50% da economia estadual gerados pelo petróleo, graças ao impacto da indústria offshore de petróleo e gás, entre fabricantes, fornecedoras e importadoras de produtos e serviços relacionados ao setor. Outros componentes estaduais, como a refinaria de Duque de Caxias, os investimentos do Comperj, Itaboraí, operações que acontecem no Rio de Janeiro e Niterói e o porto da Praia do Forno, em Arraial do Cabo, contribuem para a soma, que absorve desde o processo de exploração, produção, transporte, refino, até a distribuição.

Segundo a organização da Brasil Offshore, a feira ocupa 37 mil metros quadrados do Centro de Convenções Jornalista Roberto Marinho, contabiliza 17 mil postos de trabalho e somente nas rodadas de negócios deve provocar R$ 200 milhões, chegando a mais do que dobrar esse número com o total de volume financeiro acertado durante os quatros dias.

São 720 expositores e sete pavilhões dedicados à participação de companhias estrangeiras. A China lidera o ranking de participação internacional, com 30 empresas; seguida dos Estados Unidos, com 21 e o Reino Unido, com 20.

Reflexo do pré-sal vai existir, mas pós-sal também cresce, afirma IBP

O avanço do segmento offshore e as apostas no potencial do mercado brasileiro direcionam uma ascensão ainda maior de Macaé na perspectiva do petróleo brasileiro. Segundo o superintendente do IBP, Alfredo Renault, o aquecimento do pré-sal na economia de Macaé vai existir, mas também ainda existe perspectiva de aumento da produção nas atividades pós-sal.

- Existem algumas unidades produtoras que já estão na fila para entrar em produção e elas, nos próximos anos, também têm reflexo na indústria local – detalha Renault.

Já o diretor geral da Onip, Eloi Fernández y Fernández, analisa que mesmo com a 11ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP) – que gerou uma série de novas oportunidades no Brasil fora da Bacia de Campos, como na costa equatorial brasileira, do Amapá ao Rio Grande do Norte – a Bacia de Campos continua a maior produtora brasileira.

- Macaé é a ponta de lança da atividade operacional da Bacia de Campos. Todas as empresas estão aqui com foco na atividade operacional. É o ponto de referência de toda atividade da Bacia de Campos – afirma Fernández y Fernández.

O diretor da Onip ainda pontua o fomento da indústria nacional do petróleo na participação do PIB se forem agregados outros componentes no “bolo” do petróleo: se entra o investimento do setor industrial, a participação no PIB chega a 50% e se entra aquisição industrial e infraestrutura, o somatório chega a 40% dos investimentos no Brasil.

As informações dos executivos do IBP, Onip e governo do estado são endossadas pela declaração do gerente geral da Unidade de Operações da Bacia de Campos (UO-BC), Joelson Falcão Mendes, feita na abertura da Brasil Offshore. O gerente geral declarou que os investimentos totais previstos no Plano de Negócios e Gestão 2013-2017 da Petrobras somam 236,7 bilhões de dólares, sendo que o segmento de Exploração & Produção (E&P) receberá 147,5 bilhões de dólares - os recursos serão direcionados exclusivamente para o Brasil.