Crise econômica: liberação de recursos federais pode beneficiar Macaé

13/11/2008 16:08:39 - Jornalista: Lourdes Acosta

A crise que assola a economia mundial pode vir trazer recursos adicionais para as modalidades aeroportuárias no Brasil, principalmente áreas de grande importância econômica como Macaé. A afirmação é do assessor de Comércio Exterior da Secretaria Executiva de Indústria e Comércio, Adolpho Moura, ao referir-se à implementação do Condomínio Industrial , cuja área já foi cedida pelo estado, e à área industrial alfandegária da cidade.

Segundo ele a receita econômica dada pela reunião do G-20 este mês em São Paulo foi a de aumentar os gastos públicos em momentos como estes, ressaltando que investimentos públicos é que geram maior volume de empregos assim como intensificam o comércio nacional e internacional.

Com um olhar otimista, Moura afirmou que o decreto presidencial de número 6.620, publicado no Diário Oficial da União no último dia 31, dará mais segurança para investimentos no setor. “Este decreto é um marco na liberação para a construção de novas unidades portuárias privadas o que é anseio de diversas empresas do ramo”.

O Decreto 6.620 é amplo para as condições de estabelecimento de portos públicos privados, no qual a área física para de unidades deve ser desapropriada pelo poder público, para depois sofrer uma licitação para os interessados que operarem o referido porto.

Limite físico – Em Macaé existe uma demanda deprimida de operações portuárias, que se limita ao porto municipal de Imbetiba da Petrobras, que opera acima em seu limite, deixando muitas empresas, principalmente as terceirizadas, sem condições de operações e de manutenção. “Estamos diariamente perdendo receitas importantes”, comentou.

Para Adolpho, é muito importante que os empresários interessados em operações aeroportuárias venham desenvolver um processo público-privado com a prefeitura para que haja não só a revitalização do aeroporto, como também o aumento da movimentação e armazenagem de mercadorias importadas e exportadas, inclusive o incentivo da industrialização internacional. Na sua concepção, essas medidas devem ser tomadas no sentido de que o aeroporto se torne um sistema aduaneiro, integrado com uma nova alfândega em Cabiúnas.

O especialista em Comércio Exterior destacou que a criação de uma unidade portuária envolveria milhares de empregos nem sempre especializados, mas que abrangeria grande parte da população. “Em qualquer esfera governamental não se deve temer ações ousadas, na verdade, a timidez é um perigo bem maior que a ousadia, porque é muito mais fácil ser cauteloso”, disse.

Ele exemplificou a recente fusão do Banco Itaú com o Unibanco como um reflexo de política comercial na qual o fortalecimento de empresas e regiões é de grande valia para reverter a atual crise econômica, que deriva entre outras coisas da falta de confiança do investidor aliado a ausência de políticas econômicas e financeiras governamentais. “Crise financeira é um jogo de azar, há sempre alguém ganhando enquanto muitos estão perdendo”, disse.