Curso de pós-graduação da FeMASS promove mais uma palestra

20/05/2008 09:40:57 - Jornalista: Grazielle de Marco

Uma verdadeira aula sobre a vida e teorias do sociólogo Alberto Guerreiro Ramos. Assim pode ser descrita a palestra realizada na sexta-feira à noite (16), no auditório da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Macaé (Fafima), pelo sociólogo Luiz Antônio Alves Soares. A palestra faz parte da pós-graduação em "Estudos Culturais e Históricos da Diáspora e Civilização Africana", da Faculdade Municipal Professor Miguel Ângelo da Silva (FeMASS), que funciona na Cidade Universitária.

O curso de pós-graduação foi estruturado em módulos. Em cada um é realizado ciclo de debates, com palestra de profissionais conceituados, com trabalhos desenvolvidos com temática relacionada ao curso. Quem tiver interesse pode cursar cada módulo separadamente e receberá um certificado de conclusão. Os interessados em fazer os próximos módulos devem procurar a secretaria de pós-graduação, na Cidade Universitária.

O professor Julio Tavares, diretor do curso, apresentou o palestrante. “É uma honra tê-lo nesta palestra porque qualifica ainda mais nosso curso e enobrece esta cidade a presença de figura tão significativa no estudo da sociologia e na história dessa ciência em nosso país”, ressaltou.

O sociólogo iniciou a sua palestra apresentando a história de Guerreiro Ramos e descrevendo sua personalidade, aspectos que tiveram forte influência em suas pesquisas. “Temos que lembrar que, na época em que Guerreiro Ramos viveu e trabalhou no Brasil, a sociologia praticamente só existia, como atividade acadêmica institucionalizada. Com o ato institucional número quatro, ele vai para os Estanos Unidos, onde escreve seu livro A nova ciência das Organizações que não pôde ser publicado porque 14 universidades recusam”, explicou.

Segundo ele, o livro acaba sendo publicado em Toronto, e constitui uma crítica à sociedade americana e ao pensamento sociológico americano. “Nos EUA, Guerreiro desenvolveu atividade intelectual, mas não sem ousadia. Foi premiado, louvado por competência e teve várias obras publicadas sendo a principal Redução Sociológica”, contou. Ele disse que, a este livro, atribuiu três sentidos. “Falava de organização porque entendia que a burocracia contribuisse para o desenvolvimento social.

O conceito de organização era um agrupamento social regido pelos princípios da competência mediante regras, estatutos, regulamentos, documentação, hierarquia funcional, especialização profissional, permanência obrigatória no local de trabalho durante determinado período de tempo e da subordinação do exercício dos cargos a normas abstratas”.

Além disso, segundo Luiz, havia uma reconceituação da riqueza das nações, sendo necessário um novo modelo de alocação de recursos. “Pensava em reconceituar riqueza das nações. E falava de organização nun sentido amplo e dirigido às instituições econômicas, sociais e políticas e no macro dirigido ao Estado ou país. Suas colocações tinham um forte fundo sociológico e político, fazendo uma crítica ao ensino e treinamento em administração e ciências sociais nos Estados Unidos e no Ocidente”, completou, dizendo que Guerreiro questionava a educação para o mercado, desenvolvendo um modelo de análise em contraposição ao atual.

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