Foto: Robson Maia
Objetivo é garantir a limpeza dos mananciais hídricos
“Reciclar o óleo usado por parte da população é apenas uma questão de tempo”. Esta afirmação é do secretário interino de Meio Ambiente e Urbanismo, Hélio de Almeida, referindo-se a não eliminação do óleo usado pelo ralo da pia. O comentário surgiu depois que representantes da secretaria de Ambiente do Estado (Sea) vieram a Macaé apresentar o Prove – Programa de Recuperação do Óleo Vegetal, na semana passada.
De acordo com Almeida, Macaé é um dos poucos municípios fluminenses que se mantém na vanguarda das questões ambientais. Com relação ao resíduo (óleos vegetais e gorduras de uso doméstico) que, se descartado nos ralos entopem as tubulações e contaminam os rios, lençóis freáticos e o mar, ele informou que a atual administração já sancionou uma lei que trata do assunto e acentuou a linha de trabalho da Semmaurb.
- A reunião para conhecer o programa do governo do Estado de recuperação do óleo vegetal, articulada por Maxwell Vaz quando estava à frente da pasta ambiental, foi muito proveitosa e veio somar às ações que estamos implementando acerca da destinação correta do óleo usado. A municipalização do Prove é apenas uma questão de tempo e o descarte irregular do óleo usado já está com os dias contados – disse, completando que a Semmaurb já prepara ações de políticas públicas para acabar com essa prática.
Educação ambiental – O assessor sustentou que buscar alternativas para evitar o descarte do óleo usado no meio ambiente, acarretando danos irreparáveis, não depende somente de grandes investimentos, mas também de uma simples mudança de hábitos por parte da população e, não eliminar o óleo de cozinha na pia é o primeiro passo. “É preciso que a população saiba que o óleo usado poder ser transformado na fabricação de sabão, produtos de limpeza e até aproveitado para a produção de biodiesel – combustível 100% renovável que emite menos substâncias na atmosfera”.
Malefícios do óleo usado no ambiente – Além de entupir as tubulações, um litro de óleo usado pode contaminar até um milhão de litros d’água, que equivale ao consumo de um ser humano por cerca de 14 anos. O problema se agrava ainda mais se esse óleo chegar ao oceano, pois em contato com a água do mar, libera gás metano (21 vezes mais agressivo que o carbono), um dos grandes vilões do aquecimento global e ainda, interfere na passagem de luz na água, retardando o crescimento vegetal e alterando o fluxo da água, impedindo também a transferência do oxigênio para a água, o que dificulta a vida nestes sistemas.
Quando lançado no solo, o óleo atua como impermeabilizante, impedindo que a água se infiltre, agravando o problema das enchentes. Por isso, é preciso que haja uma mudança de hábitos por parte da população reciclando seu óleo em garrafas e entregando a quem faz a coleta. Em Macaé já existem empresas e instituições que recolhem o óleo usado.