Dia da Mulher Negra é comemorado em Macaé

25/07/2007 15:19:34 - Jornalista: Alexandre Bordalo

A mulher negra é duplamente discriminada. Primeiro por ser do sexo feminino em um universo machista. Segundo por ser de pele escura numa sociedade racista. Esta é a opinião da comerciante Maria Gonçalves da Silva, 33 anos, que marcou presença no dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe, que acontece nesta quarta-feira (25). Em frente à Sociedade Musical Nova Aurora, a secretaria executiva dos Direitos da Mulher organiza evento comemorativo, com a instalação de dois estandes e a realização de diversas atividades.

Entre elas, a grafitagem do artista Muk, que vai pintar até às 20h, quadro alusivo à mulher negra. A colecionadora Nelma Sonia Silva mostra bonequinhas de mulheres negras feitas à mão, enquanto que a Organização Não Governamental Milagre da Vidda distribui materiais informativos para combater a disseminação da AIDS.

Além do mais, Mestre Lequinho comanda roda de capoeira, em momentos nos quais também há exibições de danças no estilo africano. A artista plástica Jômapina apresenta à população quadros referentes à temática, e a secretaria executiva dos Direitos da Mulher (Sedim) divulgava trabalhos do órgão público municipal.

Segundo a secretária executiva dos Direitos da Mulher, Vânia Deveza, o objetivo do acontecimento é dar visibilidade à presença da mulher negra na América Latina e no Caribe, possibilitando discussão de temas relativos à condição dessas mulheres, especialmente, no referente ao racismo. “As condições gerais de vida e sustentabilidade da maioria da população negra no país e nas nações latino americanas e caribenhas são praticamente as mesmas desde o início do século”, denuncia Vânia.

Entre os dias 19 e 25 de julho de 1992, mulheres negras de mais de 70 países reuniram-se na capital da República Dominicana (Santo Domingo), país de língua espanhola, para a realização do primeiro encontro de mulheres negras da América Latina e do Caribe. “Foi a partir desse encontro que se instituiu a data 25 de julho como Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe”, explica a secretária, finalizando que naquela ocasião também teve início a Rede de Mulheres Negras, pertencentes à região.