Educação promove oficina de Diversidade Sexual na Escola

04/05/2010 09:51:36 - Jornalista: Andréa Lisboa

Para gestores e profissionais da educação ou de áreas afins, estudantes de pedagogia, mães, pais e responsáveis, a Secretaria de Educação traz para Macaé a oficina de conscientização “Diversidade Sexual na Escola”, um projeto da Coordenação de Extensão do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação. As inscrições podem ser feitas na Cidade Universitária ou pelo e-mail seciapp@funemac.edu.br. A oficina acontece nos dias 24 e 25.

O objetivo dessa iniciativa, abraçada pelo Núcleo de Estudos em Políticas Públicas na Perspectiva de Gênero: Formação e Capacitação da Secretaria de Educação, é a qualificação, especialmente profissional, a fim de contribuir para a superação da realidade de preconceito e exclusão de homossexuais na escola e também para o desenvolvimento de novas linguagens, metodologias e recursos a serem utilizados na abordagem da temática da sexualidade junto a adolescentes.

O projeto, que teve início em 2005, já passou pelos municípios do Rio de Janeiro, de Nova Iguaçu e de Maricá. A vice-prefeita e secretária de Educação, Marilena Garcia, conheceu a oficina quando realizada em Itaboraí.

- Atuamos com políticas de gêneros desde os trabalhos no gabinete de vereadora. Por isso, criamos nesta gestão o Núcleo de Estudos sobre Gênero, onde pretendemos, no meio universitário, uma abrangência maior, além das questões femininas, envolvendo os seres humanos como um todo, vinculado as questões de cidadania e de direitos humanos. Nosso objetivo é também desenvolver, no meio acadêmico, essas políticas com olhar de aplicação no ensino básico, disse Marilena.

Essa oficina integra o projeto de formação continuada de servidores municipais proposta pela Secretaria de Educação. Neste ano foram oferecidas mais de mil vagas. A meta é superar os números no ano anterior: mais de três mil servidores atuantes em diversos setores formados ou qualificados.

O debate levantado pela oficina tem interfaces com outras propostas da Educação, como a especialização em Direitos Humanos, oferecida no ano passado na Cidade Universitária, além de palestras, mesas redondas e seminários com a participação de alunos, professores e da comunidade, organizados pelo Núcleo de Estudos sobre Gêneros.

Para o superintendente Acadêmico, Meynardo Rocha, a omissão corrobora com expressões de preconceito do senso comum. Por isso ele ressalta a importância da oficina. “A educação que se pensa para o século XXI precisa estar atenta tanto para a questão da informação e conteúdo, quanto para aquelas cidadãs e humanas. Esses conteúdos não estão desvinculados das realidades individuais que se encontram na escola.”, ressaltou.

A oficina, com carga horária de quatro horas, será ministrada pelo professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Alexandre Bortolini, que coordena o projeto. Ela será subdividida em três turmas com cinquenta vagas em cada. As aulas acontecem no dia 24, das 14h às 18h, e no dia 25, das 8h30m às 12h30m ou das 14h às 18h.

As inscrições são feitas na Secretaria de Pós-Graduação e Extensão, localizada no 3° andar do prédio da Fundação Educacional de Macaé (Funemac), na Cidade Universitária, rua Aluízio da Silva Gomes, n° 50, Granja dos Cavaleiros, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14 às 18h, ou por meio do e-mail, seciapp@funemac.edu.br. O telefone para mais informações é 2796-2529.
Programa

Uma das metas da oficina é a construção de um ambiente escolar mais saudável, desde a integridade física até o bom desenvolvimento psicológico dos estudantes. Para isso, estão incluídos no programa os seguintes assuntos: “Diferenciação de sexo e gênero”; “Orientações e identidades sexuais, suas expressões mais comuns e a problematização da relação sexo-gênero-orientação-identidade”; “Identidade de gênero, estereótipos e sua relação com a homofobia”; “Sexualidade e escola: a escola fala sobre sexo”; “Travestilidade, transsexualidade e escola”; “Violência e discriminação na escola: dados e relatos de experiências” e “Ética, educação e desigualdades: a escola como agente da transformação ou reprodutora do sexismo e da homofobia”.

Curso

A partir dessa oficina, a proposta pode se expandir no futuro com a realização de um curso dividido em cinco módulos: O primeiro abrange “Políticas Públicas em Sexualidade, Saúde e Direitos Sexuais”; “Sexualidade e Desenvolvimento I (Neurociências)”, “Sexualidade e Desenvolvimento II (psicologia); “Feminilidades”; “Masculinidades” e “Identidades de gênero, orientação sexual e identidade sexual”. O segundo, “Travestilidade e transexualidade”; “homossexualidade e história”; “Violência Homofóbica” e “Sexualidade e Religião”.

O módulo três aborda: “Sistema de Proteção da Criança e do Adolescentes”; “Escola, Inclusão e Diversidade”; “Ética, Educação e Escola Pública”; “Técnicas de Dinâmica de Grupo” e “Temas Transversais”. O tema do quarto módulo é “Gravidez e Adolescência” e do quinto “Desenvolvimento de Projetos de Ação”.