A equipe do Grupamento Independente de Cães (GIC), da Guarda Municipal de Macaé, criado com o objetivo de auxiliar no policiamento preventivo, ajudar no combate a todos os tipos de crime, e, principalmente intensificar as ações contra o tráfico de drogas, firmou parceria com o Centro de Atenção Psicossocial (Capsi) infanto-juvenil, da secretaria especial de Saúde, para o uso da cinoterapia.
Nesta quinta-feira (28), os profissionais das duas instituições se reuniram para acertar os últimos detalhes para dar início ao projeto que consiste no uso de cães no tratamento psicológico de crianças, adolescentes e idosos. Especialistas afirmam que o contato com os cães facilita a comunicação entre o profissional e o paciente, contribuindo para o sucesso da terapia.
São 65 crianças e adolescentes que vão participar em conjunto com o grupo do Grupamento Independente de Cães e toda a equipe do Capsi, com terapeutas, médico psiquiátrico infanto-juvenil, psicólogas, musico-terapêuta, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogo, dentro outros.
As raças mais utilizadas na cinoterapia são pastor alemão e labrador. Uma análise do temperamento do animal direciona seu uso de acordo com a necessidade de cada paciente. Bichos mais brincalhões e agitados, por exemplo, são indicados para pessoas tímidas, com dificuldade de sociabilização. Já os cachorros mais tranqüilos costumam ser ideais para crianças que sofrem de hiperatividade.
O coordenador do Grupamento, Eugenio Bezerra, fala sobre a terapia com os cães.
- O contato com os cães ajuda na evolução do tratamento de crianças com deficiência. No caso de crianças e adolescentes com transtornos globais do desenvolvimento, síndrome de Rett e autismo, o contato com a natureza e com os animais realiza uma melhora no quadro geral e contribui para elevar a auto-estima do indivíduo, além de fazer com que ele se abra para o mundo. A união entre a equipe do Capsi e a Guarda de Macaé trará benefícios para os pacientes e também para todos nós, que temos muito que aprender nesta troca - afirma Bezerra.
Equipe do Capsi
vibra com parceria
As coordenadoras do Capsi, Helena Maria Nica Scatolini e Elaine Teresinha Legentil Ramos, informaram que a instituição é um dispositivo de saúde mental referência da infância e da adolescência no município. Helena falou sobre o valor da parceria para a melhora dos pacientes do Capsi.
- O objetivo do trabalho não fica restrito somente à patologia, está se superando, produzindo intervenções que tenham como objetivo a cura do paciente. Não só os profissionais de saúde vão agir. Uma pessoa é um ser complexo, então tem que ser atendida em sua complexidade, convocando outras áreas de saber e práticas comunitárias para agir em conjunto - diz Helena.
O supervisor do Capsi, Paulo de Tarso, falou da importância da união entre as áreas para atender melhor aos pacientes.
- A cinoterapia é empregada em diversas áreas, como psicologia, psiquiatria, fonoaudiologia e fisioterapia, para melhorar a auto-estima, a interação social e até o sistema imunológico dos pacientes - explica. As ações do Capsi não se restringem a uma ação do interior, do espaço físico, visa também produzir ações com as crianças, adolescentes e familiares em outras instituições e na comunidade, interagindo. São ações abertas. Um meio de inclusão transintervenção, onde vários setores e profissionais agem em conjunto construindo políticas para o viver - afirma Paulo.
O presidente da Associação de Parentes, Amigos e Usuários da Saúde Mental de Macaé (Aspas), Renato Pacheco, lembrou que esta parceria divulga para a população que a Guarda Municipal não tem a obrigação somente de segurança, mas que também se preocupa com o social do município.