Espaço Cria Sana completa um ano

02/07/2009 11:36:09 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Foto: Luiz Bispo

O espaço Cria Sana tem proporcionado desenvolvimento nas áreas social, econômica e turística

A feira social de integração Cria-Sana acaba de completar um ano de fundação. Segundo o subsecretário de Trabalho e Renda, Marcos Crespo, que administra o espaço, a Cria Sana tem proporcionado desenvolvimento nas áreas social, econômica e turística. Shows, eventos e exposições de artesãos são algumas das atividades realizadas no espaço que fica em frente à praça principal do Sana, funcionando nos sábados, domingos e feriados das 10h às 22h.

De acordo com a coordenadora da Cria Sana, Natali Lopes Sartori, nos 17 boxes existentes, 40 artesãos mostram suas peças e seus produtos aos moradores do sexto distrito do Sana e, principalmente, aos turistas que se dirigem à localidade para curtir a natureza, as cachoeiras, além de respirar ar puro, instalando-se em uma das diversas pousadas da região.

Ela conta ainda que neste ano de existência, foi marcante o show do cantor local Mauro Menezes (MPB), numa atividade que refletiu valorização dos artistas do Sana. Esta apresentação ocorreu na Semana Santa. “Também houve, em maio deste ano, o segundo encontro regional da comunidade Rastafari, que é uma síntese de cristianismo em bases e alicerces africanos”, realça ela.

Além dos artesãos, também há oportunidades para os agricultores familiares, que têm à disposição dois boxes. Eles vendem produtos como frutas, legumes, café e ovos caipiras. Já os empreendedores solidários podem usufruir de outro boxe, onde vendem doces de chocolate, bolos e pães integrais. Tudo fabricado por eles.

- A comunidade moradora do Sana está se habituando à feira social de integração Cria-Sana, por meio de uma maior integração – conta Natali.

Cria Sana

A Cria Sana fica em uma área de dois mil metros quadrados no centro do sexto distrito, onde há 17 boxes para servirem de ponto comercial a trabalhadores manuais, produtores agrícolas e de quitutes, palco para apresentações de bandas e eventos teatrais, salas de administração, além de um anfiteatro e banheiros.

A idéia da administração municipal é que a população local tenha um espaço permanente para a divulgação e comercialização de artesanato, cultura, agricultura familiar e economia solidária. Os artesãos, que anteriormente trabalhavam nas ruas do distrito, são diretamente beneficiados com a nova feira.

O objetivo da prefeitura é que a comunidade do Sana, formada por moradores e turistas, usufrua de um espaço permanente para a divulgação da cultura. “É importante que aconteçam maiores oportunidades de geração de trabalho e renda. Além disso, o Cria-Sana é ainda um modelo de referência para outras comunidades turísticas de cidades serranas do estado do Rio de Janeiro. A vocação do Sana é para o turismo e, por isso, a administração municipal implantou este espaço totalmente voltado para a comercialização de produtos da sexto distrito”, ressalta o subsecretário de Trabalho e Renda.

A artesã Rosângela Sanches del Rio, conhecida como Rô, faz trabalhos manuais utilizando técnicas em cerâmica e em madeira. Segundo afirmou, a Feira Cria-Sana colabora significativamente para melhorar a qualidade de vida dos moradores, levantando a auto-estima deles, promovendo maior interação e sendo um ponto de encontro para a comunidade. “Agora temos mais estrutura e mais atrativo cultural e turístico”, comenta.

Já o artesão Rodolpho Moreira, que mora no Sana há 16 anos, evidenciou que anteriormente não tinha onde vender. “Eu trabalhei o tempo todo nas ruas do Sana e a prefeitura nos proporcionou um espaço extremamente adequado”, conta, acrescentando que fabrica manualmente luminárias, brincos, pulseiras, além de entalhos (desenhos abstratos) em madeiras.

De acordo com a artesã Cristina Leme, que vende roupas feitas em tecido, a maioria dos artesãos não tinha local para expor seus trabalhos, a não ser nas calçadas. “Este espaço engrandece o distrito e beneficia os trabalhadores da região”, conta.

O agricultor familiar Carlindo José Pereira também está muito satisfeito. “Sempre vendi meus produtos de porta em porta. Hoje em dia, porém, tenho ponto fixo”, garante. Ele pontua que seus produtos (aipim, laranja, ovo e café da roça, entre outros) não contêm agrotóxicos.