A Fundação Macaé de Cultura (FMC) inicia esta semana sua programação de Natal. Além do tradicional auto no Teatro Municipal, eventos no Centro Macaé de Cultura e na praça principal do Parque Aeroporto festejam o nascimento de Jesus Cristo.
O Madrigal da Escola Municipal de Artes Maria José Guedes abriu o mês acompanhado pela pianista Maria Luisa Urquisa, com repertório renascentista e barroco e canções natalinas africana e contemporânea. O grupo regido por Wilson dos Santos Souza se apresentou na segunda-feira (1º), no Café do Teatro Municipal de Macaé, no projeto “Segunda de 1ª”, enchendo o espaço.
Nesta terça-feira (2), às 15h, no Teatro, acontece o Auto de Natal da Terceira Idade e apresentação de coral, durante o projeto Tarde de Integração da Terceira Idade, uma parceria entre Cetim e FMC. Na sexta-feira (5), também sob a regência de Wilson Souza, o Coral da Cidade de Macaé fará sua apresentação natalina, às 19h, na praça principal do bairro Parque Aeroporto. O grupo realiza ainda tradicional cantata pelo calçadão da Avenida Rui Barbosa, partindo do Centro Macaé de Cultura, a partir do dia 17.
Na sexta-feira (12), a orquestra de violinos da Primeira Igreja Batista de Macaé, coordenada pela professora Priscila Garcia de Sousa e pelo maestro Hélio Júnior, estará às 19h, na praça do Aeroporto. No sábado (20) e domingo (21), às 20h30, o Teatro Municipal de Macaé apresenta, com entrada franca, o espetáculo da Associação Macaense de Artes Cênicas (Assomac), com apoio da Prefeitura, por meio da FMC, “Jesus Cristo: Da morte ao nascimento da esperança”. Essa montagem do tradicional auto de natal, com entrada franca, tem a proposta de emocionar por meio da humanização dos conflitos que envolveram o nascimento de Jesus de Nazaré.
Para surpreender
“Jesus Cristo: Da morte ao nascimento da esperança” será encenado por 15 atores de Macaé e um de Rio das Ostras. A maioria do elenco teve passagem pela Escola Municipal de Artes Maria José Guedes (Emart). Dirigido por Elienson Barros e Sidnei Santos, o auto terá a intenção de ser diferente dos anteriormente apresentados no Teatro. Elieson informou que o texto de livre adaptação bíblica de Beth Souto Maior e Fábio Erre, assim como a direção, buscam suscitar o caráter humano dos conflitos que envolveram o nascimento de Jesus.
“Não foi fácil para uma jovem prometida a um homem naquela época receber o anunciado de que está grávida do Espírito Santo. É um drama para ela, sua família e para José. Um conflito social e moral. A idéia do espetáculo é tornar esses conflitos vivos”, explica Elielson.
O roteiro conta com um personagem que narra a história em feedback. A primeira cena é a da crucificação de Cristo. Além dessa inovação, o cenário contemporâneo de Aldebaran Bastos, elaborado a partir de garrafas pets, criará um contraste com o figurino épico do acervo da Fundação Macaé de Cultura, re-elaborado por Ely Perón.
Até mesmo o anjo da anunciação será apresentado como uma pessoa do povo. Ao deixar a cena, sua silhueta revelará sua identidade celestial, um efeito de iluminação de Vasco Oliveira. Algumas cenas buscarão mostrar o cotidiano, como a das mulheres sovando massa de pão. Outras se aproximam das vistas no cinema, como a da feira e de uma perseguição, tornando o espetáculo muito dinâmico. “Queremos surpreender pela forma como a história será cotada”, disse o diretor.
Associação de Artes Cênicas
Este será o primeiro espetáculo da Associação Macaense de Artes Cênicas. A Assomac, fundada em 2004, conta atualmente com 42 membros, mas nem todo o elenco do auto é associado a ela. Essa peça também será a primeira adulta dirigida por Elielson e Sidnei para o Teatro Municipal. Elielson, presidente da Assomac, é nascido em Belém-PA e está há oito anos em Macaé. Neste período, formou-se em teatro pela Emart, foi um dos fundadores do grupo Cabala de Teatro (um dos cinco finalistas do edital da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, “Cultura Nota 10”) e com o projeto “Festival Cabala de Teatro”, foi selecionado pelo edital municipal “Ação Macaé Cultural” da FMC.
Além de dividir a direção com Sidnei, Elielson é diretor de produção do espetáculo. Ele considera o evento um desafio e ressalta a importância do trabalho em equipe. Com Sidnei, cabofriense que está há sete anos na cidade; com o designer gráfico e produtor executivo, Santiago César Santiago, e com os demais colaboradores e apoio da Fundação, ele pretende produzir “um espetáculo genuinamente macaense”, afirmou.
O elenco, que começou a ensaiar na primeira quinzena de novembro, terá Mercila Pereira como Maria, Roberto Martins como José e o ator convidado Paulo Taboada no papel de Herodes.