Histórias sem preconceito

10/06/2008 11:11:30 - Jornalista: Simone Noronha

Nem só de Branca de Neve e outras princesas encantadas vivem as histórias infantis. A importância de inserir a cultura nacional, livre de preconceitos, no universo da criança foi o tema da noite desta segunda-feira (9) do terceiro Encontro de Contadores de Histórias, promovido pela secretaria de Educação de Macaé. Com o tema “Um mosaico cultural”, a professora Ivânia Ribeiro apresentou a questão da africanidade na literatura para crianças.

Ivânia lembrou que sempre foi tradição na literatura infantil brasileira mostrar de forma esteriotipada a presença do negro na sociedade, sempre mostrado de maneira caricaturada ou com preconceitos. “Mas isto está mudando em nossa sociedade. E a educação tem que aproveitar este novo momento e apresentar nas escolas as etnias brasileiras sem discriminação, sem rótulos, com personagens que têm a cor do Brasil”, disse Ivânia.

No Encontro, foram apresentadas diversas sugestões de livros para os professores e contadores de histórias, entre eles “Os dez sacizinhos”, de Tatiana Belinky “ – o saci é o símbolo do índio, negro e branco, características dos três povos que formam a etnia nacional. Organizado pelo grupo Historiarte, formado por professores da rede municipal de ensino, o Encontro terá mais uma edição este ano. Em agosto, no dia 11, a professora Mônica Menezes Couto apresenta lendas, contos populares e literatura de cordel

Casa de Contadores de Histórias

A professora Ivânia Ribeiro elogiou a iniciativa da prefeitura de Macaé em criar a Casa dos Contadores de Histórias, que será inaugurada no próximo dia 30, no bairro de Imboassica. “Foi uma idéia excelente criar um espaço só para desenvolver nas crianças o gosto pelos livros. A literatura desenvolve a sensibilidade, pois mexe com o emocional. As crianças de hoje precisam muito disso”, comentou a professora.

A Casa de Contadores de Histórias vai receber crianças das turmas de Educação Infantil ao quinto ano do Ensino Fundamental. Segundo a coordenadora do projeto, Margarida Maria Souza, o espaço foi idealizado para abrigar todos os projetos que ajudem no crescimento dos alunos. ”Teremos um espaço para contar histórias e apresentação do teatro de fantoches. O outro será misto de biblioteca com sala de vídeo e também teremos um local para oficinas com professores. O quarto espaço será o do faz de conta, onde as crianças poderão vestir fantasias, se maquiar e entrar no mundo da imaginação”, disse Margarida.