I Mostra de Teatro de Bonecos desperta talentos

29/10/2008 14:08:35 - Jornalista: Andréa Lisbôa

A platéia do Teatro Municipal de Macaé se divertiu e se emocionou com a I Mostra de Teatro de Bonecos da Região Serrana de Macaé. Os quatro espetáculos apresentados na tarde desta terça-feira (28) foram montados por 36 alunos de quatro escolas municipais da região serrana. O projeto Mestre Fantoche Escola, desenvolvido durante seis meses por meio de cinco oficinas, foi patrocinado pela Fundação Macaé de Cultura.

A mostra foi a culminância do projeto Mestre Fantoche Escola, um dos 15 selecionados pelo edital público, Ação Macaé Cultural, para apoio pela Fundação Macaé de Cultura. As oficinas realizadas em quatro escolas da região serrana - música, texto, artes, teatro e áudio - deram ferramentas a alunos do 4º e 5º anos do ensino fundamental para desenvolverem seu potencial artístico e criativo.

Os espetáculos, com o tema “S.O.S Terra”, surpreenderam a platéia pelo trabalho cuidadoso e pela espontaneidade dos alunos. “Fiquei admirada por saber que foram feitos por crianças e jovens. Estão muito bons”, elogiou a recepcionista Helen Regina Silva.

A diretora da Escola Raul Veiga, Rozimar Hotz Pinheiro, que não pôde assistir as pré-estréias na região serrana, também se impressionou. “Estou emocionada. Eu acompanhei as oficinas e vi como os alunos foram bem tratados. Além disso, eles não precisaram se deslocar. Foram atendidos dentro da escola. Achei o projeto maravilhoso”, disse.

“Assim como o “Macaé em Cordel”, o “Mestre Fantoche” foi realizado na região serrana. O projeto despertou os jovens para diversos tipos de artes. O trabalho com oficinas pode transformar o município, porque forma e educa”, disse a presidente da Fundação Macaé de Cultura, Conceição de Maria Rosa, que ainda ressaltou a importância do tema.

- Nós colocamos a necessidade urgente de cuidarmos da nossa Terra, ressaltou a orientadora pedagógica do projeto, Izabel Crhistina Silveira Lavor, pós-graduada em orientação educacional pelo New Testament School (EUA).

O projeto, coordenado pelo professor de música e filosofia, Raul Lavor, e pela pedagoga Izabel, proporcionou aos alunos a oportunidade de criar os espetáculos desde os personagens e roteiros, passando pelos cenários, bonecos e trilhas sonoras, até a dramaturgia. Além de Raul (música) e Isabel (texto), integraram o projeto: Lúcia Caldas (artes), formada pela Escola de Belas e Artes, pós-graduada pela Academia Julien de Paris-França e com premiações em várias exposições; Manuel Thomas (teatro), com formação em artes Cênicas, e Gesiel Daudt (áudio).


Um alerta pela Terra

A mostra foi aberta com a apresentação de fotos das oficinas nas escolas. O primeiro espetáculo foi “O Choro da Terra”, da E.M. Fantina de Mello. O protagonista é um velho agente de limpeza que leva as crianças a uma viagem imaginária ao coração da terra. Também tiveram destaque os repórteres Surdino de Almeida e Estressildo, que alertam para a freqüência de tornados, tissunames e para o aumento da fome.

O segundo, “Loucuras do Zé Sujinho”, da E.M. Raul Veiga, é a história de um menino que não tomava banho nem escovava os dentes, mas que acabou se tornando um defensor da natureza. “Precisamos reciclar nossas idéias”, aconselha o personagem.

O terceiro “Riscos e Conflitos”, da E.M. Carolina Curvelo, trata do aquecimento global. O último, “A Queda do Cristal”, da E.M. Ivete Santana, aborda a poluição dos rios. Os personagens chegam à conclusão que “O lixo que jogamos na natureza acaba voltando para gente”.

As apresentações foram encerradas com uma coreografia da Cia. de dança Intensa Luz com a participação de alunas da E.M. Carolina Curvelo. Os participantes dos projetos receberam troféus e homenagens.