Livro "Palavra Expressa" reúne poetas da cidade

12/12/2008 14:00:15 - Jornalista: Andrea Lisbôa

Fundação Macaé de Cultura e Biblioteca Pública Municipal Télio Barreto lançam o livro Palavra Expressa, terça-feira (16), às 18h, nas dependências da biblioteca. A obra é uma coletânea de poemas de 17 autores, de 13 a 96 anos, lidas durante o evento que dá nome à obra. É o primeiro livro produzido pelo projeto. O objetivo foi registrar as diferenças e confluências dessa produção literária apresentada oralmente em 2007 e 2008, nos momentos culturais proporcionados à cidade por esses poetas.

O “Palavra Expressa”, lançado em agosto de 2007, realizou encontros quinzenais no Centro Macaé de Cultura, mais especificamente no Café do Teatro, na Praça das Artes e na Biblioteca Dr.Télio Barreto. Eventos também aconteceram no Ciep do bairro Aroeira e no palco do Teatro Municipal, que recebeu espetáculos trazidos pelo projeto.

Os saraus, cercados por varais de poesias, algumas vezes foram realizados em parceria com a Escola Municipal de Artes Maria José Guedes, que promoveu apresentações musicais diversificadas. Também palestras, como a do poeta e crítico literário Carlito Azevedo, e oficinas como a de Poesia Concreta; a de Contadores de Histórias, a de Dança Haicai e a de Ikebana foram produzidas pelo projeto.

A idéia chave do “Palavra Expressa” é democratizar os textos poéticos de autores consagrados e de escritores da comunidade, levando aos apreciadores e curiosos esses versos por meio do suporte da voz. Momentos agradáveis, compartilhando emoções, idéias e construções textuais surpreendentes serviram de incentivo para autores e instigaram a platéia para essa arte.

Esse projeto, que surgiu como a reedição dos saraus de poesia no Centro Macaé de Cultura, alcançou uma dimensão mais ampla, abrindo espaço para lançamentos de livros de autores locais e levando ao Teatro espetáculos como “Gêneses”, “Café Pequeno da Silva e Psiu!” e “Mulheres de Machado”, gratuitos ou com preço simbólico de R$ 1. O “Palavra Expressa”, que acontece quinzenalmente às terças-feiras, às 18h, no Centro Macaé de Cultura, encerra suas atividades deste ano com o lançamento desse livro.

Poesia e comunidade

Alguns dos poetas que participam desta coletânea já possuem livros publicados. Outros terão pela primeira vez seus textos impressos. As criações contemplam múltiplas linguagens e imagens. Para Carla Pereira da Silva, uma das organizadoras do livro e coordenadora do projeto, esse trabalho é “efeito das experiências que buscaram a aproximação da literatura local com a comunidade, da voz com sentido coletivo e performático”. Ela explica que não são textos selecionados de acordo com critérios acadêmicos, “mas sim segundo o desejo de coletar a produção poética que há em Macaé”, disse.

Carla ressalta que muitos escritores do município não participaram do projeto neste período, mas serão bem-vindos nos próximos encontros. Além de Carla, participaram da organização da coletânea Rosane Machado Carvalho, também coordenadora do projeto, e Gerson Dudus. A obra da Fundação Macaé de Cultura foi realizada pela Editora 7 Letras (Imprimatur).

Os poetas participantes são: Carla Guedes Braga, Carla Pereira da Silva, Conceição de Maria Pereira Alves Rosa (presidente da Fundação Macaé de Cultura), Corsínio Soares Francisco, Gerson Dudus, Harlen dos Santos, Iêda Moraes da Silva, Jaíra Pacheco Branco, Jorge Piri, Joventino de Oliveira Gomes, Laurita de Souza Santos Moreira, Maria Clara Curty Soares Bastos, Regina Céli Moreira Nunes, Rita Maria Salazar Brennand, Rosane Machado de Carvalho, Sandra Oliveira Wyatt e Silviana Teixeira. Cada um com três poemas. Suas biografias resumidas também estão no livro.
A coletânea guarda em si experimentos individuais e relativos ao coletivo, impressões universais e também próprias das paisagens, sabores, temperaturas, temas e histórias de Macaé. O trabalho espelha tanto na subjetividade quanto na expressão da realidade experimentada por cada autor a identidade cultural do município que, assim como o livro, compõe-se de traços de diferentes lugares, fazendo até mesmo desta característica uma propriedade de Macaé.