Macaé confirma adesão às políticas de promoção da igualdade racial

29/10/2009 18:00:21 - Jornalista: Andréa Lisboa

Foto: Divulgação

Sônia Santos representou a prefeitura

A prefeitura de Macaé confirmou nesta quinta-feira (29), em Campos, sua adesão ao Fórum Intergovernamental relacionado aos quilombolas, assentados, pescadores e indígenas. Além de Macaé e Campos, mais oito municípios assinaram o termo. O ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Edson Santos, não conseguiu chegar a Campos para participar da cerimônia em virtude do mau tempo.

Apesar do ministro não ter comparecido ao evento, todos os presentes representantes de municípios da Região Norte-Fluminense, oficialmente, assinaram o termo. A vice-prefeita e secretária de Educação, Marilena Garcia, ressaltou a importância do Fórum.

- Essa integração das esferas de governo e a mobilização dos municípios da região são fundamentais para reforçarmos as políticas públicas para a promoção da igualdade racial e social. Buscamos isso, desde quando era vereadora, indicando projetos para a valorização da cultura afrobrasileira que viraram lei, declarou Marilena.

Os estados e municípios participantes do Fipir têm prioridade na alocação dos recursos oriundos dos programas desenvolvidos pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e os ministérios parceiros em suas iniciativas. Entre os municípios que assinaram o termo de adesão coletivo, além de Macaé e Campos, estão São João da Barra, São Francisco de Itabapoana, Quissamã, Carapebus, Italva, São Fidélis, São José de Ubá e São Sebastião do Alto. Os termos serão encaminhados ao ministério.

A doutora em Literaturas Africanas e coordenadora do curso de pós-graduação “Afrocartografias, marcas da travessia do negro no Atlântico” da Secretaria de Educação-Semed, Sônia Santos, representou a prefeitura de Macaé. Ela destacou a preocupação da secretaria com a implementação de políticas públicas em prol da igualdade racial.

A professora frisou a importância para a Semed do curso de pós-graduação gratuito e voltado para educadores da rede municipal de ensino. “Essa vontade levada às escolas nem sempre é bem vista por causa do conservadorismo. Por isso é necessário um fórum para que possamos trocar nossas experiências”, disse.

Sônia Santos enfatizou ainda que essas políticas são para agregar e não para diferenciar. “É preciso avançar nesse país e dirimir toda e quaisquer manifestações racistas, porque nosso país é multiracializado. É importante que nós, que vamos trabalhar pela educação, tenhamos consciência da grande dívida que o Estado têm para com o povo brasileiro. Todos nós trazemos em nossa cultura aquela riqueza da cultura dos povos africanos”.

Nesta sexta-feira (30) a turma do curso de Afrocartografias, formada por 40 professores, irá ao Museu do Negro, em São Paulo, com o apoio da Secretaria de Educação. O curso é uma das ações da Semed para implementação da Lei 11.645, que inclui no currículo oficial a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.

O projeto contempla professores da rede pública de Macaé e região circunvizinha. O objetivo do curso é acabar com a estereotipia da cultura negra e indígena e dar condições para que os professores atendam a lei”, informou a coordenadora. O curso, que é ministrado por professores doutorados na rede federal, irá até julho.

Sônia Santos lembra que o município Macaé assinou pela primeira vez o termo de adesão em 2003, na ocasião da criação da Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial (Corafro). O Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial (Fipir) tem como objetivo promover uma ação continuada entre as três esferas de governo com a finalidade de articular, capacitar, planejar, executar e monitorar ações de promoção da Igualdade Racial.