Os amantes da música erudita apreciaram na noite de quarta-feira (21) um concerto que marcará os palcos do Teatro Municipal de Macaé. O soprano Neti Szpilman e o pianista Daniel Sanches encantaram a platéia, não apenas pela técnica e talento musical, mas pela expressividade com que foi conduzido o roteiro, baseado em pesquisa histórica, com muitas curiosidades, da corte portuguesa no Brasil.
Vale ainda destacar, na abertura do espetáculo, a performance do barítono André Lejey, que acompanhado pelo impecável piano de Maria Luisa Lundberg, surpreendeu a platéia. André, de tradicional família macaense, iniciou seus estudos de canto erudito em 2006, na Escola Técnica Federal de Música de Brasília. Em seu primeiro concerto na cidade, ele apresentou O cessate di piagarmi (Alessandro Scarlatti); Come raggio di sol (Antonio Caldera); Sebben, credele (Antônio Caldara); Panis Angelicus (César Franck) e Ave Maria (Caccini), que especialmente emocionou a platéia.
Neti Szpilman conquistou o público com seu desempenho teatral para interpretar as canções e, ainda, para apresentar sua interessante pesquisa histórica sobre a corte portuguesa no Brasil. Descontração e humor se somaram à qualidade técnica e a beleza de sua voz. Com o talentoso Daniel Sanches conduziram a platéia em um passeio pela história do Brasil e seus bastidores.
No repertório primoroso, se destacou, entre belas interpretações de canções de Lorenzo Fernandes, Carlos Gomes, Ernesto Nazarth, Villa Lobos, Padre José Maurício Nunes Garcia, entre outros, “Essa Nega Fulô” (Lorenso Fernandes), que arrebatou longos aplausos.
O espetáculo foi uma promoção da Sociedade Musical Macaense, presidida pela pianista Maria Luisa Lundberg. Essa sociedade, formada por pessoas físicas e jurídicas, mensalmente, no Teatro Municipal de Macaé, oferece à comunidade espetáculos de música clássica a preços populares, trazendo ao município destaques do cenário nacional e promovendo novos talentos locais.
Neti Szpilman
O versátil soprano iniciou sua carreira em musicais como West Side Story, Revivendo Glenn Miller, Sapateando Duke Ellington e, mais recentemente, Sinatra Olhos Azuis. Net Szpilman possui vasta experiência camerística e dedica-se principalmente ao canto lírico, tendo estudado com o Prof. Richard Reiß, na Freiburg Musikhochschule (Alemanha). Atualmente, especializa-se na técnica russa “Tecling”, com a Profa. Elena Konstantinovna.
Neti tem atuado como solista em grandes produções, principalmente no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, como: As Bodas de Fígaro (Condessa), Turandot (Liú), Il Triptico, Electra, Tosca (papel título), O Condor (Odaléia), Viúva Alegre (Valentina), Cavaleria Rusticana (Lola), Norma (Clotilde), Carmen (Mercedes), La Traviata (Flora), entre outras.
Com a Orquestra Sinfônica de Aracaju, sob a regência do maestro Ian Bressan, ela realizou concerto em homenagem a Carlos Gomes. Também atuou como solista com a Orquestra Petrobrás Sinfônica, sob a regência do maestro norte-americano Jack Wall. Ela participou, ainda, como solista convidada, do centenário de nascimento de Carlos Drummond de Andrade, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com a obra Poema de Itabira, musicada por Villa-Lobos, sob a regência do maestro Sílvio Barbato.
Daniel Sanches
Daniel Sanches, em 1998, obteve o Primeiro Prêmio de Concurso Nacional de Piano Nilda Freitas,quando recebeu a Medalha Prêmio MALB. Participou das Classes de Stefan Meylaers (Bélgica), Sergei Dukachev (Rússia), Maria Teresa Madeira e Ana Cláudia Girotto. Além dessas, de Máster Classes com Luiz Carlos de Moura Castro, Sérgio Monteiro, Roberto Bravo (Chile), Gregor Vidovic (Bósnia), Flávio Augusto, Gilberto Tinetti, entre outros.
Participou do I e II Concurso Nacional de Piano Maria Teresa Madeira no qual recebeu Menção Honrosa e Menção Especial pela Execução da Sonatina Edino Krieger. Também foi vencedor do X Concurso Nacional de Piano Souza Lima e obteve a colocação de segundo lugar no Concurso Nacional de Piano Art-Livre na Categoria Música Brasileira.
Daniel, como solista da Orquestra Sinfônica Jovem de Campos, sob regência de Luís Maurício Carneiro, se apresentou no Teatro Municipal Trianon, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, na Sala Cecília Meireles e também, com a Orquestra Sinfônica da Bahia, sob a regência de Osvaldo Colarusso, no Teatro Castro Alves em Salvador, como prêmio do Concurso “Jovens Solistas” da Bahia.