Pacientes recebem orientações sobre uso correto de medicamentos

21/05/2018 15:10:00 - Jornalista: Elis Regina Nuffer

Foto: Divulgação

Orientações são passadas aos pacientes que aguardam ser consultados, no Centro de Especialidades Madre Tereza

Uma parceria entre a Prefeitura e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ-campus Macaé) está dando resultados positivos na vida de muitas pessoas. Todas as sextas-feiras, a partir das 13h, a equipe do projeto “Estratégias para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos”, da universidade/Núcleo em Ecologia e Desenvolvimento Socioambiental de Macaé (Nupem/UFRJ), formada por professora e alunas dos cursos de Farmácia e Medicina, aborda com a população os cuidados que deve ter na hora de usar os medicamentos. As orientações são passadas em uma roda de conversa com os pacientes que aguardam ser consultados, no Centro de Especialidades Madre Tereza, no bairro Imbetiba.

Coordenado pela professora e farmacêutica Magdalena Nascimento Rennó, o projeto fala sobre os riscos associados ao uso do medicamento mesmo quando adequadamente usado e a sua utilização inadequada pode ocasionar intoxicações, interações medicamentosas ou reações adversas aos medicamentos, podendo causar danos à saúde. São ações de educação em saúde que empregam, além do conhecimento científico, experiências da população e preparam a comunidade para atuar de forma crítica e corresponsável na promoção da saúde repassando o que aprendeu. O objetivo do trabalho é promover mudanças nas atitudes das pessoas para usar o medicamento de maneira mais consciente, diminuindo a prática da automedicação e riscos relacionados ao uso de medicamentos.

A equipe aborda os riscos da automedicação, o cuidado com o armazenamento, atenção com o prazo de validade dos medicamentos, a forma de uso conforme determina o fabricante e como foi receitado pelo médico e outras informações que a maioria das pessoas não presta atenção na hora do consumo. A equipe também explica sobre os efeitos dos medicamentos no corpo, sobre aqueles em cápsulas e que não devem ser abertas na sua administração, medicamentos injetáveis, de via oral e outras orientações.

- Eu não ligava para os horários. Se tenho seis medicamentos para tomar, tomava tudo de vez sem me preocupar se fazia mal ou não. Agora vou fazer somente o que o médico me passar -, disse a dona de casa Mariléa Gomes Alvarenga, 56 anos, que é hipertensa e diabética. Ela acrescentou que também retirava tudo da embalagem original e guardava todos juntos em porta-medicamentos. Depois de receber a explicação da equipe de que não pode retirar da embalagem ao guardar, Mariléa disse que aprendeu que o correto é deixar o remédio na própria embalagem.

A equipe também estimula a leitura da bula, que contém todas as informações necessárias sobre os medicamentos e se modernizou com termos populares como “o que devo fazer quando me esquecer de usar este medicamento?” e explica sobre a necessidade de ingerir um copo cheio de água ao tomar comprimidos – nunca tomar com leite, café, refrigerante ou chá -, mesmo os menores, salvo os sublinguais e as pastilhas. Professora e alunas informam ainda que medicamentos genéricos têm a tarja amarela com a letra G maiúscula na embalagem onde aparece escrito Medicamento Genérico. Se não for medicamento de referência, é similar, e não, genérico, e há diferença. No caso de substituição, somente os medicamentos genéricos podem substituir o de referência, portanto, todo cuidado na hora de comprar também é importante para fazer o efeito esperado no organismo.

O dia 5 de maio é o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos, porém, a professora Magdalena e as suas alunas fazem isto o ano inteiro para alcançar o maior número de pessoas.

- Uma aprende e vai passando para as outras pessoas do seu convívio. Eles aprendem, por exemplo, a importância de procurar um farmacêutico ou o médico para tirar as dúvidas. Orientamos que na Farmácia Central, do município, tem farmacêutico para atender a população. O mais importante de saber é que medicamentos devem ser tomados somente quando necessários e quando receitados pelo médico ou dentista e deve se evitar a automedicação -, destacou a professora.

Pacientes tiram as dúvidas e aprendem

João Neves dos Santos, 47 anos, disse que não sabia que medicamento sublingual é para ser usado somente embaixo da língua. “Achei que poderia tomar com água. Por isto que não fazia o efeito que eu esperava. Eu também não sabia que o que precisa ficar em geladeira, como insulina, não devo usar de um dia para o outro se eu esquecer de colocar na geladeira”, observou. Ele disse que também aprendeu que deve esperar dissolver completamente o comprimido efervescente antes de ingerir.

- Este trabalho é muito importante. A equipe está de parabéns. Professora e alunas explicam tudo muito bem. Não adianta os pesquisadores ficarem somente nas faculdades, precisam fazer isto, vir até nós. Gostei tanto que virei outro dia apenas para assistir a palestra de novo. Aprendi muito e vou passar para os membros da minha igreja -, disse a pastora Shirlei de Souza que tinha consulta marcada, mas ficou na palestra até o fim.

O coordenador do Centro de Especialidades, José Henrique Oliveira, disse que o trabalho é essencial na vida dos pacientes.

- Em vez de ficarem no celular enquanto aguardam a consulta, eles aprendem o mais importante que é o uso certo do medicamento que os médicos receitam. Esse projeto é para todas as pessoas colocarem em prática na sua vida porque a saúde está em primeiro lugar -, concluiu.

Além da professora, o projeto é formado pelas alunas Victória Rivello Crivelaro e Thathyanna Bichara de Souza Neves, respectivamente do 10º e 8º períodos do curso de Medicina, e Dryelle Alves Viana e Elisa Alexandre de Toledo, 6º e 7º períodos de Farmácia.

Quem quer tirar as dúvidas também pode acessar a “Cartilha para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos”, elaborada pelo Ministério da Saúde, disponível na Biblioteca Virtual em Saúde..


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