Terminou nesta terça-feira (6) a oficina de produção cultural promovida pela Fundação Macaé de Cultura e Cardápio Cultural, um projeto de produtores de Macaé. O workshop teve 30 inscritos, inclusive da Região Serrana, todos envolvidos com a produção cultural do município.
Na aula de encerramento os participantes apresentaram seus projetos à turma, que fazia papel de potenciais patrocinadores. A oficina foi ministrada por Letícia Nápole, que é formada em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo pela Universidade Estácio de Sá, com extensão em Marketing Cultural pela Uerj.
Letícia atua há 10 anos no mercado cultural e presta serviços de consultoria sobre leis de incentivo à cultura para diversos artistas brasileiros e grandes empresas, também estrangeiras. Para ela, que possui larga experiência em captação de recursos e prestação de contas e que, apenas em 2006, aprovou mais de 40 projetos, o exercício prático é fundamental para assimilar os procedimentos.
- O mercado não perdoa a falta de objetividade - alerta Letícia. “Não é um bicho de sete cabeças, basta seguir as regras”, disse a especialista que citou algumas propostas apresentadas pelos produtores culturais, como as da Usina de Fomento Cultural e da Sociedade Musical Lyra dos Conspiradores como muito boas.
- Quem participou estava muito interessado, buscando informações. Mas sentimos falta de alguns grupos como: cinema, artes plásticas, fotografia e artesanato - disse Letícia. Nos encontros foram utilizados recursos audiovisuais, além das atividades práticas, para apresentação do mecanismo de funcionamento da legislação de incentivo à cultura, em especial, a Lei Rouanet, em seus aspectos básicos, suas alterações e sua aplicação na realidade cultural brasileira.
Para a palestrante, as 12 horas da oficina, não são suficientes para tratar de todos os pontos. Ela sugeriu uma continuidade do workshop para abordar captação de recursos e prestação de contas, ou ainda incluir empresários. Essa proposta, segundo ela, depende da demanda no município. “As pessoas que freqüentaram a oficina serão multiplicadores destas informações”, enfatizou Letícia.
Aprimoramento de captadores foi o objetivo da oficina
A presidente da Fundação Macaé de Cultura, Conceição de Maria Rosa, informou que o objetivo do projeto foi contribuir para que os produtores culturais de Macaé adquiram as ferramentas necessárias para a montagem de projetos, tanto para o Ação Macaé Cultural, quanto para outras instituições.
O projeto Ação Macaé Cultural consiste na publicação de edital para seleção de projetos culturais a fim de receber apoio cultural da Fundação Macaé de Cultura. O edital, lançado em janeiro deste ano, selecionou 15 projetos para patrocínio em 2008.
A produtora cultural Simone Kalil, do projeto Cardápio Cultural, disse que dependerá da demanda do município uma segunda oficina voltada para empresários e contadores. “Nessa primeira etapa estamos voltados para a formação de captadores”, explicou.
A Sociedade Musical Lyra dos Conspiradores estava representada pelo produtor cultural André Barbosa Lima, há quatro anos. Ele considerou que o workshop contribuiu para que fosse possível colocar em prática as leis de incentivo cultural. “Levo em conta o crescimento industrial da cidade que é desproporcional ao cultural. Acho que poderiam acontecer no mesmo ritmo. A oficina está atendendo às expectativas. Como profissionais da área, precisamos buscar mais capacitação”, completou.
Marcos Outeiro, membro da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Usina de Fomento Cultural, há dois anos freqüenta cursos voltados para a capitação de recursos. “Achei ótimo. Foi útil especialmente para os participantes que desconhecem os processos e as leis”, observou.