Percussão do Art Luz: ritmos que batem cidadania

26/08/2009 15:00:30 - Jornalista: Alexandre Bordalo*

Foto: Divulgação

Aulas atendem a jovens de sete a 25 anos

Batidas ritmadas, toques em tambores, barulho de pratos de bateria, além do bumbo que dá o compasso. Tudo isso é ensinado duas vezes por semana a 17 jovens do Programa Art Luz da Fundação Macaé de Cultura, no Ciep Oscar Cordeiro, no Parque Aeroporto: são as aulas de percussão do professor Sandro Bahia, de 28 anos.

Ele dá aulas há três anos e meio no Art Luz. Já passaram por ele cerca de 100 alunos, com idades entre oito e 25 anos. Segundo disse Sandro, as aulas colaboram para que os aprendizes ocupem a mente com o saudável conteúdo da música, além de enfatizar conceitos de cidadania.

“ Muitos de meus ex-alunos se profissionalizaram, tocando em bares noturnos ou até mesmo em igrejas”, conta o professor. Devido à diversidade cultural, ele separa em suas aulas entre os que preferem batidas populares e os adeptos de batucadas para músicas religiosas.

- Uma das características de minhas aulas é que sigo o estilo de percussão "drum corps", onde há seguimento do som emitido pelas bandas marciais americanas. Também há os alunos que se interessam por axé, que é o estilo que toco nas noites, comenta ele.

O seu aluno Caio Augusto Schuberd, de dez anos de idade, morador do Parque Aeroporto, por exemplo, é fã do ritmo axé justamente por já ter visto seu professor tocar tal batida.

Sandro Bahia já fez free lance para várias bandas, tendo, inclusive, gravado dois CDs. Sobre a última apresentação dos alunos, esta ocorreu na XXX Exposição Agropecuária em Macaé, em julho passado. Foram 40 minutos de muito som obtido através da percussão (impacto), raspagem ou agitação, com ou sem o auxílio de baquetas.

A presidente da Fundação Macaé de Cultura e secretária de Cultura, Sheila Polly, salientou que esse trabalho promove a valorização dos jovens. “Eles merecem respeito e uma chance de mostrar as suas potencialidades, construindo um futuro promissor, não só profissionalmente, mas também na sua vida pessoal”, comentou.

Já a coordenadora geral do Art Luz, professora Ângela Terra, lembrou que a riqueza cultural e a criatividade artística descobertas na periferia da cidade são substanciais e significativas, além de serem devidamente valorizadas pela prefeitura de Macaé, através do programa.

- Nós do Art Luz queremos desenvolver diversas atividades culturais, artísticas e esportivas. Acreditamos na força da arte e da cultura para a construção da cidadania em meio de nossos jovens - finaliza ela.

Percussão

Embora haja uma variedade de instrumentos produzidos especificamente com essa finalidade, qualquer batuque feito com objetos comuns pode ser considerado como percussão. É possível assim fazer a percussão em uma música utilizando tampas de panela, potes de alimento, mesas, cadeiras, caixas, talheres, pratos, copos e mesmo objetos mais complexos como máquinas de escrever.

Das formas de classificação de instrumentos musicais, esta é a menos precisa e a que possui a maior variedade de instrumentos, a maior parte dos quais possuem altura indeterminada (ou seja, não podem ser precisamente afinados). Esses são utilizados primordialmente com função rítmica, como é o caso da maior parte dos tambores, o triângulo e os pratos.

* Com Eloísa Seady