Prefeitura abre inscrições para curso de pós graduação em Afrocartografias

08/05/2009 09:12:14 - Jornalista: Douglas Fernandes

Com o objetivo de garantir a valorização e a qualificação do trabalhador da Educação, a Prefeitura de Macaé, por meio da Secretaria Municipal de Educação inicia na próxima terça-feira, 13, o curso de pós graduação “Afrocartografias: Marcas históricas e culturais de África na travessia do Atlântico”.

O curso tem 50 vagas destinadas aos professores da rede municipal, principalmente, os das áreas de História, Português, Geografia e Educação Artística. As inscrições estão sendo feitas no setor pedagógico da Secretaria de Educação, entre os horários de 9h às 12h e 14h as 17h. Maiores informações pelo telefone: (22)2796-2526.

No próximo dia 13, data em que se comemora a abolição da escravatura, será realizada a aula magna do curso no auditório da Cidade Universitária, a partir da 18h. Ela será ministrada pelo procurador de Trabalho da União, Wilson Prudente, com o tema “O escravismo e as relações de trabalho na contemporaneidade”.

A carga horária é de 430 horas, com aulas semanais aos sábados e divididos em sete módulos. O curso tem como proposta ampliar o conhecimento sobre os valores civilizatórios africanos e indígenas nas salas de aula, tendo com foco a capacitação de professores para tratar de temáticas relacionadas ao continente africano e a sua estreita relação com o Brasil, visto que o conhecimento dos profissionais da área sobre esses temas ainda é muito reduzido.

Segundo a coordenadora do curso, a professora e doutora Sônia Santos, a pós graduação pretende também enriquecer o imaginário do professor e, por extensão, do aluno com práticas pedagógicas sobre a descolonização e do pensamento racializado e dissimulado, engendrados no Estado brasileiro. “Será trabalhado a produção de novos argumentos sobre a identidade nacional, respeitando as diversidades de gênero, etnicidade ao reconhecer as singularidades culturais e regionais do país sempre em articulação com o conhecimento advindo da travessia atlântica”, explicou.

O conteúdo programático é dividido em: Africanidade, Sociedade e Contexto Escolar; Literaturas africanas, afro- brasileira e indígena; Arte, Cidadania e Cultura Popular; Etnia e Religiosidade; Colonização e Rebeldias; A Civilização Africana; A Metodologia Científica na Prática Pedagógica. Esta será a terceira turma da FUNEMAC a se formar em uma Pos graduação que abordando a africanidade.
Para a secretária municipal de educação e vice-prefeita, Marilena Garcia, a inclusão da disciplina de historia da África é necessário, uma vez que esta e um resgate as origens da sociedade brasileira “O desenvolvimento de nossa sociedade foi constituído de movimentos migratórios nacionais e internacionais que geram uma diversidade cultural muito grande. Precisamos resgatar essa historia e repassá-las às futuras gerações”, disse.

O estudo da história da África tornou-se obrigatório no currículo escolar a partir da Lei Federal nº 10.639, de janeiro de 2003 a crescida da Lei 11.645 que inclui a história dos índios. Percebeu-se, então, a necessidade de aumentar o conhecimento dos professores em conteúdos de História e Cultura dos povos basilares do país, dando-lhes subsídios para enriquecerem as aulas.