Prefeitura apresenta ao BID projetos para fábrica de leite em pó e entreposto de pesca

16/04/2009 14:50:35 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Foto: Robson Maia

Projetos dependem da aprovação do BID, e já existe um protocolo de intenções para os dois empreendimentos

Fábrica de leite em pó e entreposto pesqueiro para Macaé. Estes são os assuntos tratados pela parceria entre a secretaria de Desenvolvimento Econômico e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Segundo o presidente do Fundo de Desenvolvimento Econômico (Fumdec), órgão vinculado a essa secretaria da prefeitura, Francisco Navega, sua equipe está montando os convênios, devidamente capitaneados pelo BID, junto com o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam).

- Ainda dependemos da aprovação dos projetos pelo BID, e já existe um protocolo de intenções para os dois empreendimentos. O objetivo da aliança entre a prefeitura de Macaé, o BID e o Ibam é que sejam efetuados investimentos no setor pesqueiro, na agricultura familiar e no agronegócio leiteiro da cidade. Nossa expectativa é de que a fábrica de leite em pó atenda a seis cooperativas da região, com sede em nossa cidade, pontua Navega.

Sobre o entreposto pesqueiro – que poderá beneficiar cerca de cinco mil pessoas ligadas a esta atividade econômica na cidade –, deverão ser investidos R$ 3 milhões. De acordo com o subsecretário de Pesca José Carlos Bento, o entreposto pesqueiro irá agregar valor à produção de pescado, por intermédio de estocagem e beneficiamento do produto. “O entreposto também diminuirá o preço de matérias primas da pesca, como o gelo e o óleo, diminuindo ainda o custo da pesca em geral”, acrescenta o subsecretário.

O presidente do Fumdec, Francisco Navega, disse ainda que na próxima semana será assinado convênio com o Ibam. “O BID exigiu que o Ibam elaborasse plano estratégico de desenvolvimento econômico, local e sustentável para Macaé”, explica ele. Esse plano estratégico contém um pouco do histórico econômico macaense.

Histórico Econômico

A exploração de petróleo na Bacia de Campos, iniciada na segunda metade dos anos 70 e intensificada nos últimos 30 anos, utilizou o município de Macaé como epicentro logístico das operações offshore, promovendo diversos impactos na sociedade e na economia local.

Embora a maior parte dos impactos gerados seja positiva, decorrentes da alavancagem de investimentos e do adensamento produtivo, o crescimento desordenado gerou também um elevado passivo social e ambiental, bem como a desestruturação de segmentos econômicos tradicionais que não conseguiram se reposicionar no cenário de predominância da economia petrolífera.

Esse cenário de desarticulação das atividades tradicionais como a agricultura, a pesca, o turismo e mesmo os serviços de baixa complexidade, trouxe evidentes impactos sociais, visto que parte dos trabalhadores não conseguiu se realocar no segmento petrolífero.

A visibilidade gerada pelo petróleo provocou ainda a chegada de expressivos contingentes populacionais de baixa renda que, em sua maioria, não foram incorporados às atividades petrolíferas, que trabalham majoritariamente com pessoal qualificado e especializado.

Tal descompasso entre a oferta de mão-de-obra local e as demandas existentes resulta em um quadro de degradação das condições de vida da população, de agravamento da violência urbana e de expansão de favelas e outras formas de habitação subnormal.

- A reversão desse quadro passa pela elaboração e implementação de um plano que envolva ações de recuperação dos setores econômicos capazes de assimilar a mão-de-obra, menos preparada para atuar no setor petrolífero – conclui o presidente do Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico, Francisco Navega.