A Cooperativa de Produtores de Leite de Macaé (Coapem) vai receber o aporte de R$ 500 mil para o incremento da produção de leite e derivados. A liberação dos recursos, em parceria com o Banco do Brasil, é o resultado dos convênios firmados pelo Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico (Fumdec), que tem como objetivo o fortalecimento da economia do município e na captação de novos empreendimentos.
Os convênios, que vigoram por três anos, foram assinados nesta quinta-feira (19) pelo prefeito Riverton Mussi, pelo presidente do Fumdec, Francisco Navega, e pelo presidente da Cooperativa, Joaquim da Fonseca.
Durante a solenidade de assinatura dos convênios, o prefeito lembrou que da primeira vez em que participou de uma reunião com a diretoria da Cooperativa, quando era vereador. Na época, a entidade passava por um período difícil, e não havia parceria com o poder público.
- Hoje, a prefeitura comemora a assinatura dos primeiros convênios, que possibilitaram à cooperativa adquirir equipamentos básicos necessários à produção do leite e derivados, com aportes do Banco do Brasil, por intermédio do Fumdec. Agora, direcionamos o foco do Fumdec mais para indústria e o comércio. Com base no estatuto do Fundo Municipal de Desenvolvimento de Campos (Fundecam), transformamos o Fumdec no grande parceiro das indústrias instaladas e das que vão se instalar em Macaé, para gerar trabalho e renda, disse o prefeito.
O presidente do Fumdec, Francisco Navega, explicou que a cooperativa atendeu a todas as exigências do Banco do Brasil para receber os recursos: não tem passivo administrativo nem fiscal, além de um bom patrimônio. “São conv~enois de grande alçcance social, já que cerca de 70% dos cooperados são pequenos produtores”, lembrou Navega. De acordo com ele, a comitiva de Angola, que passou três dias em Macaé esta semana, se interessou pela produção da cooperativa. “Vamos lutar para colocá-la em posição de excelência no estado e no país. Outros convênios virão, com certeza”, afirmou.
O presidente da Cooperativa, Joaquim da Fonseca, se referiu aos convênios como a maior homenagem que a cooperativa recebeu, até hoje, pelos trabalhos realizados em prol da sociedade macaense.
- Com o fim da Cooperativa Central Produtores de Leite (CCPL), começaram os problemas da COAPEM. Pela primeira vez, um prefeito fez o que a cooperativa precisava. Em 60 anos de existência, é a primeira vez que o poder público nos ajuda desta forma. Com profunda visão do social, sem descuidar do empresarial, Riverton colocou o Fumdec à nossa disposição, já que sete mil pessoas precisam – direta e indiretamente - das atividades da Cooperativa, ,disse Fonseca.
Com o convênio, o presidente da COAPEM espera a que o setor leiteiro do município ganhe novo fôlego. De acordo com ele, a cooperativa tem 520 membros, sendo 180 ativos, que produzem leite. “Com estes convênios com o poder público, os outros, certamente, vão voltar às atividades”, comentou, lembrando que os equipamentos da cooperativa estavam totalmente desgastados.
Com os recursos do Banco do Brasil liberados por intermédio do Fumdec, a cooperativa agora dispõe de capital de giro. Com a verba, já foram adquiridos um caminhão que faz a coleta do leite nas propriedades, três resfriadores de leite para áreas de assentamento comunitário. Joaquim Fonseca elogiou o trabalho desenvolvido pelo Fumdec.
- O homem do campo não precisa de migalhas e, sim, da valorização de seus produtos, o que está sendo feito agora pela prefeitura. Ao adquirir nossos produtos, o consumidor ganha em qualidade e cresce a renda do produtor. Também agradecemos o título de Utilidade Pública concedido pela Câmara, que atendeu a uma solicitação do prefeito, disse.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Macaé (ACIM), Francisco Agostinho, observou que o empresário que está acostumado a ser lembrado somente na hora de pagar impostos, se espanta com ações como esta do prefeitura, quando o poder público intervém em seu favor.
O secretário de Desenvolvimento Local, Jorge Aziz, falou da importância dos pequenos produtores. “Esses convênios representam o reconhecimento pelo poder público da grande importância dos pequenos empresários do município, organizados em cooperativa. A COAPEM faz parte da própria história do município. Absorve mão-de- obra na produção, gera emprego e receita para Macaé”, afirmou.
O diretor fiscal da COAPEM, Oswaldo Portugal, pequeno produtor rural, disse que a ajuda do governo municipal é de grande valia para a cooperativa. “O convênio assinado agora com a prefeitura vai servir de grande alavanca para os negócios da cooperativa”, assegurou.
Prefeito quer incluir produtos da COAPEM na merenda escolar
Durante a solenidade, o prefeito anunciou que pretende solicitar a compra de produtos da COAPEM e outros produtos locais para a merenda escolar. De acordo com ele, como a merenda do município é tercerizada, a prefeitura pode solicitar alterações no contrato da empresa que venceu a licitação.
- Recentemente, a nossa merenda escolar foi premiada como uma das 25 de melhor qualidade no país. Queremos mudar algumas cláusulas do contrato, para incluir os produtos da COAPEM – que são de alta qualidade - no cardápio da merenda da rede escolar municipal. Também vamos dar preferência na confecção dos cardápios para a compra de artigos produzidos no município. Os produtos da cooperativa também nos cardápios do Restaurante Popular, disse.
O prefeito Riverton também abordou a questão da preferência das compras da Petrobrás. Em reunião com o diretor de Exploração da Petrobras, Guilherme Estrella, mostrou a necessidade de a empresa federal voltar a dar preferência às empresas num raio de 35 quilômetros em suas compras, favorecendo a economia macaense, como é feito na Bacia de Santos. O prefeito Riverton argumentou que as compras da empresa num raio de 600 quilômetros favorecem grandes empresas, situadas em estados como São Paulo. O prefeito informou que Ricardo Latgé, assessor do Guilherme Estrela, já lhe cobrou o envio de material de pesquisa e relatórios para estudar a situação.
O prefeito se referiu aos negócios com Angola. “Quanto à realização de negócios com Angola, já conseguimos colocar quatro empresas macaenses naquele país, quando estive lá em 2005. Eles reativaram as relações de negócios com o município. Vamos incentivar mais empresas a participar daquele mercado”, frisou.