Começou a ser instalado nesta segunda-feira (5) o canteiro de obras para dar início ao Programa Água Limpa, o maior investimento da prefeitura em macrodrenagem, saneamento básico e ambiental no município. O canteiro está sendo instalado pelas empresas CBPO Engenharia, do grupo Odebrecht, e Zadar, vencedoras da licitação, na Avenida Evaldo Costa, antiga Ayrton Senna, ao lado da escola Sentrinho, no Sol y Mar.
De acordo com o engenheiro Anderson Burgos, já está no local uma equipe de topografia, realizando o levantamento da área real do canteiro, para que as empresas possam ver as necessidades de corte, aterro ou outras medidas que facilitem a instalação, com locais adequados para o bom funcionamento e acompanhamento das obras.
Após os levantamentos efetuados pela equipe de topografia, o projeto de obras será detalhado, a área aterrada e terá início a mobilização do canteiro, que contará com escritórios, área de gerência, almoxarifado para armazenar material a ser utilizado na obra, área de fiscalização e ainda local para máquinas, entre outros.
O Programa Água Limpa tem como objetivo solucionar os problemas de alagamentos e coletar 100% do esgoto das residências para as estações de tratamento. O prefeito Riverton Mussi lembrou que o projeto de macrodrenagem é uma obra de longo prazo, para solucionar definitivamente os problemas dos alagamentos e do esgoto em toda a cidade.
A prefeitura investirá R$ 277.042.987,13 no projeto, que tem como prazo total das obras de quatro anos. A obra vai gerar cerca de 700 empregos diretos e foi projetada para acompanhar o crescimento da cidade pelos próximos 20 anos.
A prefeitura está investindo R$ 35 milhões na primeira etapa, que começa agora e está prevista para ser concluída em 2008. Essa etapa vai contemplar melhorias nos canais da Avenida Evaldo Costa e da Fábio Franco, com intervenções nas avenidas Ayrton Senna, Fábio Franco e na rua Prefeito Antônio Curvelo Benjamin.
Na Ayrton Senna, o canal de escoamento será totalmente refeito e terá formato retangular, em concreto armado. Canalizado com tubulação Armco, de dois mil milímetros, o canal está com alto grau de assoreamento e rompido em vários trechos, impossibilitando o escoamento da água.
O canal da Avenida Fábio Franco, com 1700 metros de extensão, não terá suas dimensões alteradas. Como os trechos sobre as vias urbanas apresentam estrangulamentos, dificultando a passagem de água, eles serão alargados. Os bueiros próximos serão modificados, beneficiamento o escoamento ao longo do canal.
Macrodrenagem: mais saúde e qualidade de vida para os macaenses
Investindo na macrodrenagem, a prefeitura tem como objetivo mais saúde e qualidade de vida para os macaenses. Estudos feitos pela secretaria de Infra-Estrutura Urbana mostram a grande diversidade no sistema de esgoto e de escoamento do município. Parte da cidade possui rede coletora, estações elevatórias e de tratamento. Outros locais não possuem qualquer sistema de esgotamento sanitário, fazendo com que a população use fossas e sumidouros. Acontece ainda o lançamento do esgoto no sistema de drenagem pluvial, o que pode trazer sérias conseqüências para a saúde. .
A macrodrenagem vai levar em conta a realidade de cada bairro. Está no projeto a substituição gradual do atual sistema, com planejamento criterioso, para evitar os transtornos para a população durante as obras. O projeto prevê a construção de sistemas de esgotamento sanitários completos, com redes coletoras do tipo separador absoluto, eliminando o lançamento do esgoto no sistema de drenagem e direcionando o esgoto às ETEs.
Construção do Parque da Cidade aumentou o problema
Levantamento feito pela prefeitura apontou que na maioria dos bairros de Macaé, a rede coletora, estações elevatórias e de tratamento de esgoto não acompanharam o crescimento do município. Além disso, em alguns pontos da cidade as residências jogam o esgoto diretamente nas galerias de águas pluviais, e os canais são estreitos e não dão conta da vazão da água da chuva.
- Por estas razões, as enchentes são inevitáveis. Quando chove acima da média, e quando a maré está alta, o escoamento fica ainda mais prejudicado. Ao longo dos anos, Macaé não recebeu obras de infra-estrutura prevendo o seu crescimento, lembrou o prefeito.
Na região do Sol y Mar, os moradores lembram que o problema dos alagamentos piorou com a construção do Parque da Cidade, na Praia Campista, em 2004. O local era um “piscinão” natural, que recebia toda a água da chuva. Morador do bairro, o ex-vereador Hélio Lessa lembrou que na época da construção do Parque a Câmara cobrou da prefeitura a construção de uma rede de drenagem ou mesmo de um outro reservatório, já prevendo os problemas. “Nada foi feito, e agora sofremos toda vez que chove mais forte”, lembrou Lessa.