Os pesquisadores da Coordenadoria do Programa Macaé Cidadão começaram na segunda-feira (1º), o levantamento de dados junto aos comerciantes do Parque Aeroporto, que faz parte do Projeto Unir e Vencer. O projeto visa promover o fortalecimento, melhoria de qualidade e competitividade do comércio varejista de Macaé. A pesquisa já foi realizada na área central da cidade, onde 312 proprietários e/ou gerentes de estabelecimentos comerciais responderam a um questionário com 28 perguntas.
O Projeto Unir e Vencer é uma iniciativa do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e Serviço de Apoio às Pequenas e Micro Empresas (Sebrae-RJ), em parceria com a secretaria Executiva de Indústria e Comércio (Semic), Associação Comercial e Industrial de Macaé (Acim) e Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL). O objetivo é também alinhar as demandas da classe comercial às ações estratégicas do governo municipal por intermédio da Semic.
Três pesquisadores e um supervisor do Programa Macaé Cidadão realizam a pesquisa no Parque Aeroporto. Já foram visitadas 218 unidades, sendo 95 comércios, 117 estabelecimentos de serviços (restaurantes) e seis indústrias (como padarias). Oitenta comerciantes já responderam ao formulário.
- É muito boa essa pesquisa, estávamos precisando mesmo. Acho que seria legal se promovessem cursos de qualificação para atendermos melhor nossos clientes. O comércio aqui é bom e variado, só falta agência bancária. A opção mais próxima é no Aeroporto, onde existem dois caixas eletrônicos, somente de dois bancos – explicou Gláucia Maria da Silva, dona de uma loja de roupas que divide o espaço oferecendo o serviço de manicure.
O bairro possui duas ruas com maior concentração de estabelecimentos comerciais, a Rua Tancredo Neves (antiga 62) e a Rua Nelson Corrêa Brum, onde acontece a pesquisa.
- A loja tem quatro anos aqui, e a expectativa é de crescimento. Temos um bom movimento e, aos finais de semana, atendemos clientes de outros bairros, e até de outros municípios, como Conceição de Macabu que fazem compras no Aeroporto. A pesquisa é interessante para que possamos posteriormente aperfeiçoar nosso trabalho – observou Fabiano da Silva, gerente de uma ótica.
A pesquisa junto ao comércio do Parque Aeroporto está prevista para terminar na próxima semana. A outra etapa será realizada no bairro Aroeira. “A área geográfica que está sendo pesquisada foi previamente definida pelos parceiros do projeto. O Programa Macaé Cidadão, através de seus técnicos, deu forma ao projeto elaborando um instrumento onde se pesquisaria o segmento comercial, tendo como referência as demandas identificadas pelos grupos de trabalho – ressaltou a coordenadora do Programa Macaé Cidadão, Amélia Guedes.
Centro – A pesquisa do Projeto Unir e Vencer visitou 312 (94,5 %) estabelecimentos comerciais da área central da cidade, que compreende as ruas de Silva Jardim, Visconde de Quissamã, Euzébio de Queiroz, Teixeira de Gouveia, Sete de Setembro, Marechal Deodoro, Conde de Araruama, Tenente Coronel Amado, Julita de Oliveira Barcelos, Pereira de Souza e av. Rui Barbosa. A pesquisa aponta que 69,6% dos estabelecimentos visitados possuem computador, utilizados em sua maioria para operações de controle de vendas (85,7%), controle de estoque (83,9%), cadastro de clientes (82,0%) e controle financeiro (53%).
Os artigos de vestuário e complementos dominam o comércio da área, com 130 lojas (41,7%), seguido pelos 10,6%, 33 lojas, vêm as lojas que revendem artigos de joalheria e bijouteria, artesanato, brinquedos, artigos esportivos e recreativos (10,6%). A maior parte dos comerciantes, 219 (70,2%), está associada a alguma entidade de classe: 54,3% (Sindicato do Comércio), 53,9% (CDL) e 41,6% (Acim,) e 0,9% a outras entidades não citadas. No entanto, a maioria, 75%, informou no questionário que não participa de ações coletivas.
O que mais surpreende na pesquisa é o resultado quanto ao mês de maior movimento para o comércio. No questionário, os donos de estabelecimentos puderam apontar mais de um mês: em primeiro lugar ficou o mês de novembro com 89,4%, em segundo o mês de maio, com 49,7%, e junho, por causa do Dia dos Namorados, ficou em terceiro com 35,3%. O mês de dezembro obteve apenas 1,9%. Segundo análise prévia de pessoas ligadas ao comércio, isso se dá pelo fato de dezembro ser um mês de grande despesa, época de pagamento do 13º, além do movimento ser maior somente em duas semanas. Outro fator é o esvaziamento do município porque muitas pessoas saem de férias nessa época ou voltam para suas cidades.
A maioria dos comerciantes (60,9%) é a favor da padronização das fachadas dos estabelecimentos e 76% dizem que estão satisfeitos com o atual horário de funcionamento. Os comerciantes também são a favor de uma ação conjunta para estimular a venda no bairro, e sugerem melhoria na segurança pública (26%) no bairro, e novas áreas para estacionamento (12,1%).
A eficácia em vendas (87,5%) foi a principal área de atuação onde os funcionários deveriam melhorar, segundo os comerciantes, que puderam apontar cinco respostas. Em segundo ficou, programação visual (vitrine, 45,8%), administração de estoque (39,7%) e administração do tempo (35,9%). Já nas áreas a serem aprimoradas, segundo o proprietário ou gerente, foram apontadas como principais: eficácia em vendas (55,1%), chefia e liderança (51,3%), administração de loja (48,7%) e marketing no varejo (38,1%).