Quartas Culturais debate igualdade racial e sentimentos universais

29/07/2008 13:33:02 - Jornalista: Andrêa Lisboa

O romance “O caçador de pipas”, de Khaled Hosseini, será o tema da próxima “Quartas Culturais”, nesta quarta-feira (30), às 18h, no Café do Teatro Municipal, com entrada franca. A professora Sônia Santos conduzirá uma leitura compartilhada e fará um resumo do livro. Alunos do Curso Técnico de Artes Cênicas da Escola de Artes Maria José Guedes-Emart, sob a direção de Gabrielli Leite, apresentarão um esquete sobre a obra.

“O caçador de Pipas” já vendeu mais de dois milhões de exemplares só nos Estados Unidos. De Khaled Hosseini, escritor afegão, o livro entrou na lista dos mais vendidos em 29 países e é considerado um fenômeno do mercado editorial. O best-seller, que tomou o lugar do Código da Vinci, tem Cabul (Afeganistão) como cenário. O romance é um relato sobre as conseqüências de um triângulo amoroso familiar. O jovem Amir não aceita dividir a atenção do pai com o criado e amigo de infância, Hassam, e acaba envolvendo todas as pontas deste triângulo numa grande mentira, que mudaria o destino de todos eles.

Estreante na literatura, Hosseini, que até então trabalhava como médico na Califórnia, disse em entrevista publicada na revista Continente Multicultural, que o livro trata de emoções e experiências que são universais. “Seja em Cabul, Paris, ou Rio de Janeiro”, enfatizou.

- Para mim, essa história sempre foi sobre um triângulo amoroso envolvendo Amir, seu pai e seu criado. Isso era o mais importante da história, era o motor que fazia esse livro sair do lugar enquanto eu o escrevia. As observações sobre a monarquia, a guerra soviética, ou sobre o Taliban são apenas o pano de fundo -, declarou Hosseini.

O autor expõe, durante a entrevista, sua intenção ao escrever o livro: “A verdade é que o Afeganistão, na maior parte do século XX, foi uma nação pacífica. O fundamentalismo não começou a se infiltrar no governo até o fim da guerra soviética. E esse foi o meu ponto de partida para escrever o livro, para lembrar as pessoas que existiu um Afeganistão antes do 11 de setembro, antes do Taliban e de Bin Laden. Eu recebo muitos e-mails de meus leitores surpresos em terem descoberto que, nos anos 60 e 70 Cabul foi uma cidade cosmopolita”.

Para ele, a função da ficção é tratar de questões difíceis, temas desconfortáveis, que gerem debate e, talvez, algum entendimento. Essa provavelmente é uma das grandes contribuições do livro e pode ser a causa de provocar tanto interesse do público leitor. Seu último livro, “A Cidade do Sol”, também está na lista dos mais vendidos em vários países.

São esses aspectos universais, que os alunos da Escola de Artes Maria José Guedes pretendem mostrar com seu trabalho. Anelise Tietz, Fagner Martins, Lucas Lima e Miliane Bodnarasec interpretarão o texto adaptado e dirigido por Gabrielli Leite. O evento está sendo produzido por meio de parceria entre a Fundação Macaé de Cultura (por meio da Emart e da Biblioteca Pública Municipal Dr. Télio Barreto) e a Coordenadoria de Cultura Afro brasileira e Promoção da Igualdade Racial- Corafro.