Riverton defende rapidez na duplicação da BR-101

02/03/2009 17:45:18 - Jornalista: Janira Braga

Foto: Robson Maia

Prefeitos da região (na foto, de Macaé, Riverton Mussi – ao centro – e de Quissamã, Armando Carneiro – de barba) e secretário Estadual Júlio Lopes unidos para agilizar obras da BR-101

CAMPOS - A antecipação das obras de duplicação da BR-101 no trecho Campos-Macaé foi defendida nesta segunda-feira (2) pelo prefeito Riverton Mussi (PMDB), durante reunião em Campos, com prefeitos da região, diretores da concessionária da BR-101, OHL Autopista Fluminense e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), além do secretário de Estado de Transportes, Júlio Lopes.

Pelo cronograma da Autopista Fluminense – que tem a concessão da rodovia no trecho da ponte Rio-Niterói até a divisa com o Espírito Santo por 25 anos - a duplicação do quilômetro 85, em Campos, ao quilômetro 190, em Rio Dourado, abrangendo Macaé, só será feita em 2021. Riverton e os prefeitos da região querem que a obra seja feita até os próximos quatro anos.

- Nosso objetivo é dar melhor segurança aos usuários da BR-101. A ANNT está sendo acionada por parte dos municípios e do governo do Estado porque hoje pagamos pedágio sem haver obra alguma. A recuperação que a Autopista realiza é uma medida paliativa, mas precisamos é da duplicação para reduzir os acidentes, muitos com vítimas fatais – afirmou o prefeito, durante encontro no Centro Administrativo José Alves de Azevedo, em Campos. Riverton estava acompanhado dos secretários de Mobilidade Urbana, Jorge Tavares Siqueira, e de Obras, Tadeu Campos.

Ficou definido na reunião que a ANTT e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vão receber o pleito dos prefeitos e do secretário de Estado de Transportes. Como solução para a alteração no cronograma da obra, o diretor da Autopista Fluminense, Alberto Galo, afirmou que a única maneira é aumentar a tarifa dos pedágios da BR-101 após a ponte Rio-Niterói.

Segundo Galo, antes da alteração do cronograma da obra, estudos devem ser feitos e deve haver aprovação da ANTT. “Dependemos de autorização da ANTT para começar a obra imediatamente, o que causaria impacto também na tarifa do pedágio. Após autorização, podemos produzir projeto para promover mudança no contrato”, disse. O aumento nos pedágios seria em torno de R$ 0,80.

O prefeito de Macaé ressaltou que não é contra a privatização da BR-101 – antes administrada pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) – mas é contrário ao pagamento de pedágio antes que as obras de melhoria sejam realizadas. “Não precisamos de maquiagem, a BR-101 pede maior segurança para os usuários, precisamos de obras definitivas. Além disso, lembro que o IPVA do Rio é o maior do país”, criticou, lembrando que na Serrinha, o motorista já paga R$ 2,50 no pedágio inaugurado mês passado.

O secretário Estadual de Transportes, Júlio Lopes, também concorda que as obras de duplicação de Campos a Rio Dourado devem ser antecipadas. “O trecho Campos-Macaé deve ser prioritário, gostaríamos de lançar a pedra fundamental ainda neste ano”, frisou.

A prefeita de Campos, Rosinha Matheus (PMDB) conduziu a reunião com os prefeitos e os diretores da Autopista Fluminense e ressaltou a importância da antecipação das obras. “Manifestações públicas foram feitas em diversas ocasiões tendo como foco o trecho Campos-Macaé porque a BR-101 registra mortes e acidentes com sequelas irreversíveis”, comentou Rosinha. A mesma opinião tem o prefeito de Quissamã, Armando Carneio. “Para toda a região é fundamental a antecipação das obras”, ratificou.

O coordenador geral da ANTT unidade regional, João Honorato, definiu que a agência é parceira das concessionárias. “Estamos de braços abertos para conversar sobre a duplicação”, salientou.

Riverton sugere que Autopista use verba do
pedágio para custear tratamento de acidentados

Outro assunto levantado pelo prefeito Riverton Mussi junto ao diretor da Autopista Fluminense, Alberto Galo, é o custeio do tratamento de emergência prestado pelo Hospital Público Municipal (HPM), de Macaé, para acidentados na BR-101. Riverton destacou que hoje é a prefeitura de Macaé que arca com os custos das vítimas, mas a Autopista Fluminense, como concessionária da rodovia e receptora do valor dos pedágios, deveria ajudar a pagar pelos atendimentos.

- Precisamos entrar em acordo com relação ao atendimento hospitalar prestado pelo HPM às vítimas da BR-101 porque o valor é pago pelos munícipes e a empresa ganha muito com o pedágio, podendo assumir esta responsabilidade – observou Riverton. O diretor da Autopista respondeu que a população em geral, paga, por meio dos impostos, o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, Riverton lembrou ao diretor que o HPM não recebe recursos do SUS, sendo custeado apenas pelo governo municipal com os impostos pagos pela população.

Prefeito cobra definição dos retornos

Riverton Mussi também externou preocupação quanto aos novos retornos que serão construídos na BR-101. “Macaé tem duas entradas da BR-101 por rodovia estadual e duas por rodovia municipal. Uma entrada vai até a termelétrica e outra até o aterro sanitário e precisamos que a Autopista não dificulte esse tráfego”, disse, ressaltando que 20 caminhões com 20 toneladas cada utilizam a passagem.

O prefeito de Rio Bonito, José Luiz Antunes, o Mandiocão, teceu duras críticas à Autopista. A primeira etapa da duplicação da BR-101 vai de Rio Bonito a Rio Dourado. “Não podemos deixar nosso povo ficar esperando mais onze anos, enviei 24 pontos críticos da BR-101 e até agora não obtive resposta”, disparou.

Também participaram da reunião os prefeitos Beto Azevedo (São Francisco de Itabapoana),Carla Machado (São João da Barra); os deputados estaduais, João Peixoto e Wilson Cabral; o diretor de Projetos da OHL, Antônio Coudy Narita; secretários de Carapebus, Quissamã, Tanguá, Silva Jardim, Casimiro de Abreu e Rio das Ostras.