Saúde: Congresso Brasileiro continua nesta sexta

22/10/2009 15:20:51 - Jornalista: Genimarta Oliveira

Com o pensamento num futuro melhor para as novas gerações, a Prefeitura de Macaé, por meio da Secretaria Municipal de Saúde promove até nesta sexta-feira (23), o I Congresso Brasileiro Interdisciplinar em Saúde da Criança o do Adolescente e o I Fórum Norte Fluminense em Políticas Públicas e Direito em Saúde da Criança e do Adolescente. O evento, que teve início nesta quinta-feira (22), conta com a presença de várias autoridades no assunto.

Durante a solenidade de abertura o secretário de Saúde, Eduardo Cardoso, destacou a importância do evento, pois a criança e o adolescente têm que ser tratado como um cidadão completo visto por vários aspectos sociais, políticos e econômicos.

Ele ressaltou a oportunidade de mostra aos representantes do Ministério da Saúde as ações do governo municipal com relação à criança e ao adolescente. “Além da secretaria de Saúde desenvolver diversos projetos voltados a este segmento, o município conta ainda com a Secretaria da Infância e Juventude, que tem como gestor o Julio César de Barros, o Julinho, que vem fazendo um trabalho inovador e resolutivo”, elogiou Eduardo.

O secretário disse ainda que na área de saúde novas ações são implementadas como a inauguração do Hospital Pediátrico. “Estamos fazendo o levantamento das necessidades da unidade, como todo mobiliário para as enfermarias, setor de emergência e administrativo, além de todos os equipamentos médicos necessários”, falou, ressaltando o cuidado que o governo municipal tem com as crianças.

Na oportunidade, o assessor especial do Ministério da Saúde, Adson França, parabenizou a iniciativa do município em promover um evento, onde profissionais de diversas áreas possam discutir e aprimorar novas políticas de assistência à criança e ao adolescente. Ele elogiou a decisão do prefeito Riverton Mussi, em ampliar a licença maternidade para seis meses.

O gerente do Centro de Referência do Adolescente e do Programa de Atenção Integral a Saúde da Criança, o pediatra Newton José, acrescentou que o evento está sendo um marco para medicina macaense. “Este congresso vem marcar a posição de Macaé no cenário nacional na implementação de políticas públicas de saúde da criança e do adolescente”, falou, observando a importância dos palestrantes.

Congresso – Um exemplo de profissional, o pediatra Jayme Murahovschi que há quase meio século atua na área, foi um dos palestrantes da manhã e abordou as mudanças da pediatria nos últimos anos. Ele afirmou que a pediatria desde o tempo que começou, há quase cinqüenta anos, mudou muito. Antes a mortalidade infantil era muito alta no Brasil, então a preocupação da pediatria era evitar esta mortalidade precoce. Hoje, o país melhorou muito, mas tem ainda mais por fazer para chegar ao ideal.

Segundo Murahovschi, a mudança da medicina na área pediátrica se deve as mudanças dos indicadores de saúde, um exemplo é que, no passado, a mortalidade infantil era de 100 por mil nascidos vivos, atualmente, está em torno de 25. A longevidade que era de 61 anos, ultrapassou os 73.

- Então, estima-se que a geração de crianças que esta nascendo hoje no Brasil, possa chegar aos 100 anos, com isso muda todo o rumo da pediatria. Agora, temos que pensar em saúde há longo prazo, não basta ter uma vida longa, mas uma vida saudável – alertou, observando que para isso o pediatra tem que intervir na família inteira para que todos tenham princípios saudáveis.

Com este pensamento Murahovschi, acredita que o conceito do antigo médico de família que conhece todo histórico familiar de seu paciente, o que ele chama de anaminese ampliada é fundamental neste processo. “Saber as condições da família, o que ela pode trazer até de problemas genéticos, as doenças familiares e o olhar para a criança como indivíduo, sua parte emocional e comportamental é importante e influi no que ele será no futuro”, disse.

Outro ponto citado pelo pediatra foi com relação à genética que num primeiro momento comanda todo o organismo. “Existe a epigenética, um jeito de modificar não o genes, pois ele não muda, mas o modo como ele se manifesta, através do meio ambiente. O meio ambiente é que influi sobre os genes e essa é chamada a epigenética. Então, o pediatra tem que atuar neste aspecto, no meio em que a criança vive”, explicou.

Além de atuar como pediatra, o médico é professor em Pediatria Clínica, membro titular da Academia Brasileira de Pediatria, e autor dos livros: Pediatria: Diagnóstico+Tratamento, Pediatria: Urgências+Emergências e Pediatra In.

Também esteve presente ao evento o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Eduardo da Silva Vaz, que elogiou a organização do evento, classificando como fundamental para despertar na sociedade a importância da criança para o futuro do Brasil.

- A Sociedade Brasileira de Pediatria completa 100 anos no próximo ano, estamos preocupados com a qualidade da assistencia a saúde da criança e do adolescente. E quando vemos um evento deste porte, ficamos muito satisfeitos, pois precisamos discutir isso em todos os locais, e Macaé mostra o Brasil do futuro que está crescendo, disse.

Ele frisou que pensar no país do futuro é investir na criança desde a primeira infância de zero a cinco anos, quando ocorre o desenvolvimento neuronal, o desenvolvimento da afetividade e da cognição, isto é a capacidade de aprender.

- É importante que o governo invista em ações importantes nesta fase. Pois estas crianças chegarão na idade escolar com um desenvolvimento intelectual melhor e no futuro terão melhores oportunidades no mercado de trabalho, qualidade de vida e, consequentemente, gerar mais recursos, e a sociedade como um todo ser menos desigual, finalizou.